quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A MENINA QUE MARCAVA ENCONTROS


Uma menina de apenas 14 anos de idade foi flagrada por seguranças de um shopping em Itabuna, marcando encontros sexuais através da internet.

A garota utilizava uma lan house para acertar os encontros, pelos quais cobrava entre cinco e vinte reais, a depender do tipo de relação sexual solicitada pelo cliente.

A menina foi interceptada pelos seguranças do shopping quando se dirigia para um desses encontros e encaminhada a policiais militares, que a entregaram aos familiares.

O “cliente” não chegou a ser localizado e a família, envergonhada, garante que não sabia das atividades da garota, que dizia estar na escola ou na companhia dos amigos, para justificar suas ausências.

Um caso típico de prostituição infantil, que tanto se combate através de campanhas educativas, mas que lamentavelmente se tornou uma prática rotineira.

Se num shopping ou em bares/restaurantes e barracas de praia a atuação de garotas e também garotos que fazem programas sexuais é mais discreta, em alguns pontos da rodovia BR 101, que corta o Sul da Bahia, a prostituição é gritante e não raro envolve crianças de 10, 12 anos, empurradas para o mercado do sexo (com toda a violência que ele embute) por absoluta falta de perspectivas e não raro com a discreta anuência da família.

Centenas, milhares de crianças e adolescentes que tem a infância roubada, marcada por traumas e violências que carregarão por toda a vida.

No caso da menina que marcava encontros no shopping, apesar do absurdo da sua situação, pode-se dizer que teve sorte.

Explica-se: na mesma semana em que ela foi flagrada agendando programas pela internet, duas adolescentes de Salvador, uma de 15 e outra de 13 anos, moradoras de um bairro pobre, foram atraídas, também através de contatos pela internet, para o que supostamente seria uma oportunidade de mudar de vida.

Fugiram de casa, deixando bilhetes dizendo que estariam bem.

Dois dias depois, culminando uma série de pedidos de dinheiro para libertá-las (dinheiro que as famílias obviamente não dispunham) e gritos desesperados das garotas pedindo socorro pelo celular, elas foram encontradas num matagal.

As duas barbaramente retalhadas à faca e decapitadas.

Um pouco mais de atenção com o que os filhos fazem (incluindo o que fazem na internet) longe de ser uma intromissão ou opressão familiar, pode fazer uma diferença imensa, num mundo que desconhece limites para a brutalidade.

Antes pecar por excesso do que por omissão.

O chavão é óbvio, a necessidade de que ele seja colocado em prática, também.

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