sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Treino é treino, jogo é jogo e Messi é a luz



Fluminense x Corinthians foi exaustivamente anunciado como o ´jogo do ano` (alguém já se deu ao trabalho de conferir quantos ´jogos do ano` temos todos os anos?), espécie de decisão antecipada do Campeonato Brasileiro.

Um confronto entre as melhores equipes do campeonato, os melhores ataques, os jogadores mais talentosos, os craques em nível de seleção.

Enfim, uma daquelas partidas de antologia, um show de futebol.

Quanta diferença entre a presunção e a realidade!

Fluminense x Corinthians, o jogo dos líderes de um dos principais campeonatos do planeta, foi uma daquelas partidas em que a emissora responsável pela transmissão tem dificuldades até de selecionar os melhores momentos.

O ´jogo do ano` foi um retrato do estágio atual do futebol brasileiro e sua síndrome de guerreiros. Marcado, disputado palmo a palmo, concentrado no meio-campo, com raríssimos lances de emoção e nenhum lance de genialidade.

O Corinthians se defendeu como pode e atacou quando deu.

O Fluminense se defendeu menos do que pode e atacou menos do que devia.

Resultado: 2x1 para o Corinthians, liderança dividida e, no frigir dos ovos, mais um joguinho insosso, sonolento.

Para quem preferiu virar a tabela de cabeça para baixo e ver o jogo entre Grêmio Prudente e Flamengo, que flertam com o rebaixamento, viu um show de horror, que só valeu para os rubro-negros por conta da virada no final, que afundou o time paulista e fez os cariocas respirarem.

Enquanto isso, lá do outro lado do Atlântico, o futebol surgiu em todo o seu esplendor, no jogo mágico do Barcelona.

O passeio em cima dos gregos no Panatinaikos, atônitos diante do baile em que foram postos para dançar involuntariamente, foi uma daquelas coisas que resgatam a beleza do jogo, que fazem valer a pena assistir e apreciar.

Era jogo, parecia treino, mas na verdade foi uma obra-prima, comandada por Leonel Messi, esse fora de série que com a camisa do Barcelona resgata a melhor tradição de um futebol jogado com talento, arte e genialidade.

Messi é a luz nas trevas do mundo da bola.

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