terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fator Dilma? Não, fator Lula!


Duas pesquisas de intenção de voto para a sucessão presidencial revelam uma mudança substancial no quadro que se verificava até o ano passado, em que José Serra, do PSDB, aparecia como favorito disparado, com chances de liquidar a fatura já no primeiro turno.

A julgar pelo que demonstram as recentes pesquisas do Vox Populi e da CNT/Sensus, esse favoritismo do tucano não virou a folhinha de 2009 e foi pulverizado logo no primeiro mês de 2010.

Dilma Roussef, a ministra da Casa Civil que comanda o Plano de Aceleração do Crescimento e cuja candidatura chegou a ser questionada por setores do próprio PT, ganhou musculatura e já se mostra em condições não apenas de disputar, mas de vencer a eleição.

Na pesquisa do Vox Populi, Dilma tirou uma expressiva diferença de 15 pontos de Serra em relação ao último levantamento. Serra aparece com 34% contra 27% de Dilma.

Na aferição da CNT/Sensus, Serra tem 33,2% e Dilma 27,8%. Pela margem de erro, o quadro é de empate técnico.

Notem que, apesar da metodologia diferente, os números do Vox Populi e do Sensus são quase idênticos.

Pesquisa é retrato do momento e, como bem sabem os candidatos, o que vale é voto na urna, além de que o quadro de hoje não será necessariamente o quadro de outubro de 2010, quando acontece a eleição.

Mas, a arrancada de Dilma, que nunca disputou uma eleição, mostra que haverá sim uma polarização entre Serra do PSDB e Dilma do PT, o que na prática é tudo o que deseja o presidente Lula, que do alto de seus quase 90% de aprovação popular, aposta justamente numa espécie de pleito plebiscitário, tipo 8 anos de FHC/PSDB x 8 anos de Lula/PT.

Um cenário em que Lula parece nadar de braçadas, visto que quando se afere uma comparação entre sua gestão e de seu antecessor, o quadro lhe é amplamente favorável.

Isso não significa, em absoluto, que Lula fará de Dilma sua sucessora. Fosse assim, diante da aprovação do presidente, ela teria bem mais do que os índices lhe conferem hoje nas pesquisas.

Por outro lado, também não significa que a transferência de votos será insuficiente para que Dilma vença a eleição. Até o momento, essa transferência se deu um ritmo crescente, a ponto de fazer a pré-candidata petista encostar tucano.

Se vai passar e vencer a eleição, só o tempo e as urnas dirão.

Por mais que uma parte considerável na mídia esconda as pesquisas ou faça mágica para mascarar o que os números explicitam, Dilma está no jogo.

O resultado da partida/eleição passa pelo técnico da jogadora/candidata do PT, que atende pelo nome de Luiz Inácio Lula da Silva.

O que, convenhamos, não é pouca coisa.

Na verdade, é muita coisa.

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