terça-feira, 2 de junho de 2009
A COPA DO MUNDO É NOSSA
A escolha de Salvador como uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil, foi tão previsível quanto o próximo escândalo envolvendo senadores e/ou deputados.
Disputando 12 indicações entre 17 concorrentes, Salvador, principal destino turístico do Norte/Nordeste e uma das principais capitais brasileiras, dificilmente ficaria de fora. E não ficou.
Ainda assim, mesmo sem o ufanismo de praxe, é uma conquista a ser comemorada pelos baianos.
A Copa do Mundo de Futebol é o principal evento esportivo do planeta e atrai as atenções de bilhões de pessoas.
O Brasil, a despeito da fuga cada vez mais precoce de seus talentos para o Exterior, é a terra em que o futebol não é apenas um esporte e sim uma paixão.
A Copa de 2014 será, portanto, a festa do futebol no país que em tempos idos elevou esse esporte inventado pelos ingleses à condição de arte, pelos pés de Pelé, Zizinho, Didi, Garrincha, Rivelino, Zico, Falcão e Cia. Limitada.
Salvador -e a Bahia por extensão- tem muito a ganhar com a Copa do Mundo, mesmo que a chance de sediar algum jogo do Brasil seja reduzidíssima. Isso será privilégio de paulistas e cariocas.
A Copa do Mundo não se limita à prática do “ludopédio”, como se dizia nos tempos de antanho.
Ela envolve obras de infra-estrutura, como a melhoria do sistema viário, modernização da rede hoteleira, sistema de telecomunicações e a construção de um novo Estádio, entre outros investimentos.
A bola para de rolar, mas esses investimentos continuarão sendo desfrutados pela população. Não é pouca coisa: dados do Governo do Estado indicam que os recursos para a Copa em Salvador, dos setores públicos e privados, devem chegar a R$ 2,6 bilhões de reais. Isso sem contar os milhões de dólares que deverão circular na Capital com a presença de turistas/torcedores dos países que disputarão jogos no Estádio da Fonte Nova, que será reconstruído especialmente para a ocasião.
Salvador certamente será uma cidade melhor (ou menos pior, a depender do ponto de vista) para se viver, muito em função das exigências feitas pela FIFA para sediar jogos do Mundial.
A Copa é em si um grande negócio, razão pela qual a Bahia não poderia ficar de fora.
Por falar em grande negócio, nunca é demais chamar a atenção para o lado obscuro de qualquer evento que exige investimentos e a realização grandes obras: as negociatas.
Em se tratando do Brasil o alerta é de bom alvitre, dada a voracidade com que certos empresários e certos políticos, fazendo duplas perfeitas, capazes de transformar Pelé-Coutinho em pernas de pau, conseguem inflar o valor de obras e dar caneladas na transparência e na aplicação correta dos recursos públicos.
Nunca é demais lembrar: a Copa do Mundo e nossa e boa parte dos investimentos previstos também, já que sairão dos impostos que pagamos, também.
No mais, é bola pra frente, tomando o necessário cuidado de tomar bola nas costas.
Por que esse é um jogo em que nem sempre o juiz é que é o ladrão...
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