sábado, 5 de julho de 2008

O ano em que jogamos em lugar nenhum

O Itabuna inicia neste final de semana sua saga na Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, diante do CSA de Alagoas.
Saga no sentido literal, por tratar-se de uma autêntica aventura em nome dessa paixão chamada futebol. Só mesmo a paixão que desafia a lógica e não raro o bom senso leva um time a disputar um campeonato deficitário, sem apelo para o torcedor e com jogos em estádios mambembes, sem contar viagens que mais parecem para outra galáxia, caso o time vá avançando de fase.
Tudo bem, a 3ª. Divisão é o caminho para a 2ª. Divisão que é o caminho para a 1ª. Divisão, que é o caminho para a Libertadores, que é o caminho para o Mundial de Clubes.
Mas, vá ser otimista assim lá no Japão! Ou na China!
Diante das limitações, da falta de apoio, o Itabuna fará muito se chegar ao Ceará, ao Amazonas. Ou ao sul do país, caso consiga passar por essas fases regionais, em que a improvisação é regra.
Sobra boa vontade da diretoria, os jogadores estão empolgados e o torcedor costuma estar sempre ao lado do time, nos bons e maus momentos. Por esse prisma, justifica-se a participação do Itabuna num campeonato que a televisão costuma ignorar e que só teve alguma visibilidade quando Bahia e Vitória patinaram por lá.
É mais ou menos como jogar em lugar nenhum, contra times que já viveram tempos mais gloriosos e/ou equipes que nem o mais fanático dos torcedores ouviu falar.
Nesta fase, o Itabuna joga contra times de Sergipe e velhos e novos conhecidos do futebol baiano. Times parelhos, sem grandes nomes, o que torna a classificação possível.
A partir daí, vira loteria e começam as viagens malucas, as despesas aumentam e o desgaste também, porque avião é um privilégio que mais parece sonho inatingível para os times da série C.
O jeito é encarar as viagens de ônibus, por estradas esburacadas e poeirentas, se alimentando em restaurantes de beira de pista.
E ainda tem que jogar futebol!
Afinal, seja na série C, na B, ou na A, essa história de que o importante é competir não cola para o torcedor. No Brasil, vice-campeão e lanterna são a mesma coisa.
A bola vai rolar a sorte está lançada.
Em sendo assim, vamos lá Itabuna!
Que o caminho, embora cheio de obstáculos, seja longo para o nosso bravo azulino nessa série C.


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Quem fala demais dá bom dia a cavalo.
Piada carioca: Renato Gaúcho falou demais e deu boa noite a Cevallos, o goleiro da LDU que pegou três pênaltis e levou a Taça Libertadores para o Equador.

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