segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ponto final


Ele despontou aos 17 anos ao marcar 5 gols num massacre do Cruzeiro sobre o Bahia.

Foi campeão do mundo pela Seleção Brasileira na Copa dos EUA em 1994, sem atuar um mísero segundo.

Do Cruzeiro, foi para o PSV Eindhoven, da Holanda, marcou um caminhão de gols e de lá seguiu para o milionário Barcelona, da Espanha, onde seus dribles, arrancadas e gols de antologia o alçaram à condição de melhor do mundo.

Chegou à Copa do Mundo na França, em 1998, como o grande nome do Brasil e do futebol mundial. Não suportou o peso de levar o Brasil ao penta e sucumbiu na final. A França impôs um categórico 3x0 e ficou com o título.

Já era gênio da bola e um extraordinário produto de marketing quando trocou o Barcelona pela Internazionale da Itália. Lá, sofreu uma terrível contusão e chegou a ser dado como acabado para o futebol.

Fora dos gramados por um longo período, sobreviveu apenas como produto de marketing.

Contra todos os prognósticos, jogou a Copa de 2002 na Ásia. Foi artilheiro e decisivo na conquista do penta.

Deu os ombros à Inter, que o acolhera no período da contusão, e foi ganhar milhões no Real Madrid, onde brilhou pouco a apareceu muito na mídia. Começava a dar sinais de que estava preferindo as noitadas ao futebol.

Gordo e fora de forma, afundou com o Brasil na Copa da Alemanha, em 2006. Foi dispensado do Real e, só com o nome, contratado pelo Milan.

Nova contusão e tornou-se um jogador descartável.

O marketing e só o marketing justificou sua contratação pelo Corinthians. Sua capacidade de atrair torcedores e patrocinadores parecia inesgotável.

De novo, feito Fênix, jogou futebol e ajudou o Corinthians a ganhar o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.

Era o momento de parar coberto de glórias, mas ele não percebeu. Inebriou-se pela perspectiva da imortalidade garantida pela obsessão corintiana da Libertadores.

Fracassou duas vezes, a segunda delas numa vergonhosa eliminação na fase de grupos, diante do inexpressivo Tolima.

Há tempos já era não só um produto de marketing, mas também uma caricatura.

Finalmente, decidiu anunciar que abandona o futebol. O futebol o abandonou antes do anuncio.

Ronaldo, o Fenômeno, será lembrado para todo o sempre como um dos maiores craques que o Brasil já produziu.

Mas, poderia ter sabido a hora certa de parar.

Isso, ele não soube.

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