quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A sua mulher deixa?


É praticamente impossível freqüentar um bar em Itabuna ou uma barraca de praia em Ilhéus para relaxar e conversar com os amigos em torno de uma cerveja gelada (sim, existe gente que conversa!), sem ter o seu lazer atrapalhado pela barulheira infernal.

Quando não é o próprio bar que exibe um volume de som que impede qualquer conversa amena, são donos de veículos, que mais parecem trios elétricos que param na rua para despejar toneladas de som, invariavelmente com aquelas músicas que qualquer celerado conseguiria produzir.

É um misto de exibicionismo e falta de bom senso. A pessoa não se importa (cadê cérebro para processar isso?) em estar incomodando. O importante é exibir seu brinquedinho, chamar a atenção.

De uns tempos para cá, alguns mais necessitados de aparecer, colocam caixas de som na carroceria de caminhonetes e chegam a instalar uma espécie de reboque, onde colocam enormes de caixas de som.

Em Itabuna, bairros com grande concentração de bares como Santo Antonio, São Caetano, Conceição, Califórnia e Pontalzinho convivem com essa praga.

E haja ouvido para suportar tanto barulho, tanto lixo travestido de música.

O problema não atinge apenas quem freqüenta bar.

Essa praga se espalhou de tal maneira que nem dentro de casa se tem sossego.

Ver televisão, ler um bom livro ou desfrutar de momentos de tranqüilidade ao lado da família torna-se missão impossível quando um engraçadinho resolve parar na calçada, colocar o som na estratosférica e se exibir para a namorada ou algo do tipo.

Caso alguém considere detenção um exagero (e é mesmo!), um belo castigo seria pegar um sujeito desses, trancar numa sala e obriga-lo a ouvir música clássica, MPB de qualidade, um sertanejo legítimo e até mesmo um axé ou forró, desde que num volume aceitável.

Até num caso desses, educar é melhor do que punir.

UMAS DEIXAM, OUTRAS NÃO

Ainda no quesito “música” (é entre aspas mesmo): um grupo lançou uma canção que tem como refrão ´vou não, posso não, minha mulher não deixa não´.

Como era de se esperar, a baboseira virou sucesso.

Daí que um outro grupo, posto que criatividade não é o forte nessa seara, lançou uma canção que tem como refrão algo como ´minha mulher deixa sim´.

Enfim, a uma idiotice se contrapõe outra idiotice.

E, se não botam a mãe, agora botam a mulher no meio.

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