sábado, 20 de novembro de 2010

Olha ele aí, de volta


Entra ano, sai ano e como todo ano, basta o verão dar as caras, e ele, que nunca foi embora, reaparece com força total.

Com tanta força que, a exemplo de anos anteriores, Itabuna e Ilhéus, estão ameaçadas por uma epidemia de dengue.

Vá lá que o aedes aegypt, o mosquito transmissor da doença, seja resistente e insistente.

Mas, o mérito não é necessariamente do mosquito que tem dado a Itabuna títulos sequenciais nada honrosos de campeã brasileira de incidência da dengue e deixado Ilhéus em posições igualmente desonrosas.

O mérito (ou seria a culpa?) é da falta de prevenção, da adoção de medidas relativamente simples que poderiam reduzir sensivelmente os focos do aedes.

Um misto de falta de consciência por parte da população e de ausência ações eficientes e permanentes do poder público.

Falta de consciência de um lado, incompetência do outro e o mosquito encontra o terreno fértil e generoso para se proliferar e depois, com suas picadas, transformar a dengue em epidemia, fazendo milhares de vítimas, algumas delas fatais.

O absurdo é que se trata da crônica de uma epidemia repetidamente anunciada.

Sabe-se, com antecedência, que ela vai acontecer, e nada é feito para evitá-la.

As campanhas educativas acabam tornando-se ineficazes, sem efeito algum. É como se as pessoas acreditassem que passada a epidemia recente, os milhões de aedes aegypts embarcassem num disco voador e fossem para outra galáxia.

Mas eles continuam aqui, à espera do próximo e inevitável ataque.

Com a porta, perdão, as caixas d´água, vasos, garrafas pet e pneus arrombados, anuncia-se agora uma ação emergencial que atende pelo pomposo nome de Projeto de Mobilização Social e Controle da Dengue.

O projeto tem até um slogan de efeito: “Atitude: Bahia Unidas Contra a Dengue”.

Na prática, é a tentativa evitar que a epidemia de dengue tome proporções bíblicas, a velha mania brasileira de remediar em vez de prevenir.

Remédio amargo, para as vítimas potenciais do aedes aegypt, mas que pelo menos haja envolvimento de todos, porque não dá para ficar de braços cruzados enquanto o mosquito bate as asas.

Um dia a gente aprende.

Só não pode ser do dia do popular (especialmente para os políticos, devotos fidelíssimos) São Nunca.

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