sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Liderança Nacional


Em 2006, ao trocar o deixar a confortável condição de um dos ministros mais próximos e contando com a confiança absoluta de Lula, responsável direto pela redução do impacto do mensalão sobre a imagem do presidente, para disputar o Governo da Bahia, Jaques Wagner parecia estar mergulhando numa aventura, daquelas que colocam em risco uma carreira política em franca ascensão.

À época, a vitória do então senador Antonio Carlos Magalhães, ora representado pelo ungido do momento, Paulo Souto, parecia favas contadas. A eleição seria mera formalidade, para uma nova coroação do carlismo em sua fazendola baiana.

Wagner ganhou a eleição, pondo fim a um modelo de governo que já durava mais de duas décadas e que, a despeito da propaganda ufanista, que vendia aos baianos e brasileiros a versão de um paraíso na Terra, encontrou um estado com os piores indicadores sociais do país, além de uma estrutura administrativa obsoleta e/ou sucateada.

Era preciso arrumar a casa, implantar um novo modelo de gestão e, acima de tudo, romper com um modelo coronelista, que parecia arraigado na política baiana, desde os séculos e séculos amém.

Wagner, então, encarou a tarefa que lhe custaria uma espécie de ´exílio baiano`, deixando de lado os holofotes de Brasília, para fazer o governo funcionar de forma integrada, apesar da mal disfarçada oposição dos aliados peemedebistas dentro da própria máquina administrativa, que na segunda metade de sua gestão optaram pelo rompimento, o que, longe de resultar em prejuízos, resultou numa gestão mais coesa.

Desafios não faltaram, especialmente nas áreas de segurança pública e de saúde, onde não se operam milagres e os resultados dos investimentos realizados demandam tempo.

Mas houve avanços consideráveis na infra-estrutura, educação, agricultura, indústria e comércio e, principalmente, nos programas de inclusão social, que estão transformando em realidade aquilo que era apenas um belo slogan: “Bahia de todos nós”.

De azarão em 2006, Jaques Wagner passou a favorito absoluto na sua tentativa de reeleição em 2010. Confirmou esse favoritismo, vencendo já no 1º. turno, com 63% dos votos válidos.

A vitória, uma das mais expressivas do País, por si só já serviria para consolidar Wagner como um dos governadores mais influentes do Brasil.

Veio o 2º. turno da sucessão presidencial e o governador , a exemplo do que já havia feito no 1º turno, mergulhou de corpo e alma na eleição de Dilma Roussef. Ciente do peso que José Serra teria em São Paulo e no Sul do País, comprometeu-se a dar a Dilma uma vitória com 70% dos votos dos baianos.

E cumpriu.

Jaques Wagner é apontado hoje como o governador do PT que terá maior influência no Governo Federal e como uma das lideranças emergentes neste novo quadro que se forma na renovação das forças políticas brasileiras.

Sem deixar a Bahia de lado, porque esse é seu foco e ainda há muito a ser feito, Wagner tem tudo para se consolidar como líder de dimensão nacional.

Uma liderança construída e consolidada através do diálogo e da relação de respeito com aliados e adversários políticos; e não da truculência, perseguição e intimidação.

É a hora e a vez de Jaques Wagner.

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