sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Deu sono, mas é bom votar acordado


O debate entre os candidatos a presidente da república, transmitido na noite de quinta-feira pela Rede Globo, era apontado como decisivo, diante da indefinição do quadro eleitoral, em que a vitória de Dilma no 1º. turno é uma incógnita.

Em sendo assim, era de se esperar que José Serra, o único em condições reais de ir ao 2º. turno, confrontasse Dilma, trazendo à ribalta temas como Erenice Guerra e a quebra de sigilo fiscal de alguns tucanos, que poderia causar algum tipo de embaraço da petista.

Ou que fosse mais incisivo em suas propostas, mesmo aquelas meramente eleitoreiras, como o salário mínimo de 600 reais ou o pagamento do 13º. salário para os beneficiários do Bolsa-Família.

Era o típico debate, faltando dois dias para as eleições, em que Serra teria, utilizando um jargão do boxe, que colocar Dilma nas cordas e se possível levá-la ao nocaute.
Não aconteceu nada.

Serra, com todo o seu preparo, com o know how adquirido nas inúmeras eleições e nos incontáveis debates de que participou, parecia completamente alheio à importância daquele momento, da chance de falar para uma platéia na casa dos milhões de telespectadores/eleitores.

Que Dilma evitasse, abertamente, um confronto com ele, tudo bem. E isso Dilma fez com maestria.

Mas Serra evitar o confronto com Dilma, como ele claramente evitou, beira o inacreditável.

Em alguns momentos do debate (insosso, sonolento e amarrado pelas regras da Rede Globo) parecia que Serra estava ali cumprindo uma obrigação de campanha, rezando para que tudo aquilo acabasse rápido.

Televisão é imagem e no debate que se prenunciava decisivo, Serra foi a imagem de um homem cansado, à espera de que a sorte (que nesse caso atende pelo nome de Marina Silva) lhe jogue no colo um 2º. turno.

Marina, que por sinal, foi a Marina de sempre. A mulher frágil e boazinha, de discurso messiânico e que tem solução para todos os males do mundo. A conciliadora, pregando um 2º. turno, que se houver, não será entre ela e Dilma, mas entre Dilma e Serra.

Cumpriu, bem, o seu papel de opção para quem não quer a petista e o tucano, mas sem o brilho de quem poderia entrar pra valer no jogo nessa reta final.

E. finalmente, Plínio de Arruda Sampaio, que em todos os debates foi um misto de franco atirador e humorista involuntário, dessa vez parece ter se assustado com o tamanho da audiência global. Esteve mais para o bom velhinho do que para metralhadora giratória.

Enfim, todos se comportaram com extrema educação, extremo respeito mútuo, ninguém ganhou, ninguém perdeu.

Se o debate deu sono, como efetivamente deu, domingo é dia de ficar bem acordado.

E votar certo, nos candidatos que você entende serem os melhores para a sua cidade, o seu estado e o seu país.

Viva a democracia!

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