terça-feira, 17 de agosto de 2010
A batalha nas telas da tevê e nas ondas do rádio
A pesquisa Ibope, divulgada às vésperas do início do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, acendeu não apenas a luz vermelha, mas todas as luzes possíveis e imagináveis na campanha de José Serra, candidato dos demo-tucanos à presidência da República.
O Ibope mostrou Dilma Roussef, a candidata do PT (e principalmente de Lula) com 11 pontos à frente de José Serra, confirmando uma tendência que já se observava nas medições do Vox Populi, Sensus e até do reticente DataFolha.
A novidade do Ibope é que Dilma aparece, matematicamente, com chances de liquidar a fatura já no primeiro turno.
Por mais que ainda haja muita água para rolar por debaixo da ponte e muito voto para cair dentro da urna, é um cenário de sonho para Dilma e de pesadelo para Serra.
A eleição, obviamente, não está decidida e pesquisa é apenas um retrato do momento.
E o retrato do momento é Dilma crescendo e Serra caindo.
O tucano já chegou a ter 30 pontos de vantagens sobre a petista, num estágio em que a eleição parecia mera formalidade.
Dilma foi tirando a diferença, encostou e ultrapassou Serra, escudada na estratosférica popularidade do presidente Lula.
Era algo que os tucanos previam que iria acontecer. Escudada por Lula, Dilma seria na pior nas hipóteses uma candidata competitiva.
O que não se previu –ou não se quis enxergar- era a capacidade de Lula de transferir votos para Dilma, numa proporção como nunca se viu antes na história desse país.
E eis que o horário eleitoral gratuito, uma batalha considerada decisiva para vencer a guerra da sucessão presidencial, começa com Serra precisando estancar o crescimento de Dilma e reconquistar boa parte dos eleitores que o abandonaram.
Isso sem poder atacar Lula e sem poder exibir FHC, porque se cair no jogo da eleição plebiscitária, ansiada pelos petistas, já pode encomendar as velas para o cotejo fúnebre do início de outubro.
A Serra resta a comparação de biografias com Dilma e a alardeada maior experiência em cargos públicos.
É talvez a sua principal ficha, além da saraivada de “denuncias” e “escândalos” contra Dilma e o PT, que os barões da mídia (Globo, Folha, Estadão e Veja) vão providenciar com devoção neste mês e meio que resta para a eleição.
Até agora, não colou.
Enquanto isso, Dilma terá Lula a seu lado, pedindo votos e apontando-a como seguidora de seu legado, aprovado por cerca de 80% dos brasileiros.
O enredo só não se chama “Missão Impossível” porque em eleição pode acontecer de tudo. Ou quase tudo.
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