quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cacau & Chocolate


O espírito empreendedor é uma das marcas do Sul da Bahia. Desde os tempos imemoráveis, crises foram superadas com trabalho e espírito inovador.

É verdade que, durante muito tempo, o excesso de individualismo atrapalhou e retardou o desenvolvimento regional, mas é verdade também que os cidadãos grapiúnas, como são chamados os habitantes da Região Cacaueira, jamais deixaram de fazer da adversidade o trampolim para o salto adiante.

Tanto é que, a despeito de uma hiper-crise que já dura duas décadas, provocada pela vassoura-de-bruxa, o Sul da Bahia encontrou alternativas como o turismo, a prestação de serviços, o comércio, os pólos de informática, ensino superior e de saúde.

Uma região e uma gente capazes de se reinventar e encontrar novos caminhos pode olhar o futuro com otimismo.

Desde que, é claro, esse futuro comece a ser construído agora.


Nesse sentido, é necessário que se destaque uma iniciativa meio ousada/meio visionária, mas absolutamente consistente, como o Festival Nacional do Chocolate, que acaba de ter sua segunda edição encerrada em Ilhéus, coroada do mais absoluto êxito.

Ousada e visionária porque, ao ser pensada e colocada em prática pelo publicitário Marco Lessa, diretor da Costa do Cacau Convention Bureau, parecia algo irrealizável ou fadado ao fracasso pelas dimensões a que se propunha, não apenas um evento local e/ou regional, mas de caráter nacional.

Consistente porque é fruto de planejamento, de estratégia, com objetivos bem definidos. E com o firme propósito de contribuir para a retomada desse que ainda é o nosso principal produto, o cacau, que pode se converter num verdadeiro fruto de outro se transformado nessa maravilha chamada chocolate.

O festival, nesses seus dois anos de realização, através de workshops, palestras e exposição de iniciativas bem sucedidas, tem focado justamente nas imensas possibilidades econômicas que a industrialização proporciona, pegando uma matéria prima que custa menos de 10 reais o quilo para transformar num produto que pode chegar a 300 reais o quilo.

Mais que um espaço para lazer e entretenimento, o Festival Nacional do Chocolate se consolida como um espaço para a difusão de novas tecnologias, a troca de experiências e a realização de negócios.

É como a semente que, bem cultivada, dará bons frutos a uma região que busca novos caminhos, mas que não pode nem deve abrir mão de um produto que foi e ainda base ser não a única, mas uma das bases de um modelo de desenvolvimento sustentável, permanente e que gere riquezas para todos os seus habitantes.

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