terça-feira, 27 de abril de 2010

A locomotiva escolhe cada maquinista...


São Paulo é considerado, com muita propriedade, a Locomotiva do Brasil. Um estado que, se fosse um país, estaria no mesmo patamar de algumas nações européias.

Potência econômica, responsável pela maior parte do PIB do Brasil, o interior de São Paulo possui algumas cidades interioranas, como Ribeiro Preto, Araraquara, Barretos, São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente que mais parecem municípios do 1º. Mundo, pela pujança econômica e qualidade de vida que ostentam.

Durante décadas, São Paulo foi o “objeto de desejo” de milhões de norte/nordestinos, que fugindo da seca e da pobreza, buscaram no Eldorado Paulista uma chance de vida melhor.

Hoje, esse Eldorado não é tão dourado assim e a capital paulista, uma das maiores cidades do mundo, paga o preço da falta de planejamento urbano, da expansão desenfreada e da superpopulação.

Vez por outra, explode o caldeirão de violência e miséria nas periferias desassistidas, que ao contrário do Rio Janeiro onde praia-rica e morro-favela convivem lado a lado, estão espalhadas pelas bordas da capital e de quase três dezenas de cidades que formam a Grande São Paulo.

Uma área onde vivem/sobrevivem cerca de 15 milhões de pessoas.

A potência de desenvolvimento, que resiste a despeito da expansão econômica para outras regiões do país, é um desastre quando se entra no quesito preferência política, com escolhas que oscilam entre o mais deslavado conservadorismo e o bizarro.

A observação se dá diante da opinião de alguns cientistas políticos (?) de que São Paulo pode decidir a eleição presidencial de 2010 em favor de José Serra, compensando com uma diferença de votos esmagadora, as perdas que o candidato do PSDB terá nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e partes do Sul/Sudeste, em que o peso político e a popularidade de Lula podem favorecer Dilma Roussef.

Era exatamente isso o que pensavam os paulistas (e os tucanos) em 2006, quando jogaram o peso de São Paulo para eleger Geraldo Alckmin e derrotar Lula.

O resultado já é conhecido: Lula teve a maior votação da história e Alckmin conseguiu a proeza de ter, no segundo turno, menos votos do que no primeiro.

Tudo bem: Dilma não é Lula, Serra não é Alckmin. Para sermos justos, não há nem comparação.

Mas, na ferrovia da política, São Paulo também não pode se jactar de ser a locomotiva que puxa para onde quer os demais vagões de eleitores.

E de mais a mais, não custa lembrar que São Paulo já elegeu Jânio Quadros e Celso Pitta prefeitos da Capital, além de aberrações e ou excentricidades como Afanasio Jazadi, Agnaldo Timóteo, Frank Aguiar, Netinho e Biro Biro para deputado e vereador.

É melhor ficar sempre com um pé atrás, diante das opções de maquinista dessa locomotiva. O trem Brasil, que anda nos trilhos, não pode correr o risco de descarrilar.

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