sexta-feira, 16 de abril de 2010
Chove chuva, chove sem parar
Durante toda a semana, o Sul da Bahia foi atingido por chuvas torrenciais que, se não chegaram a provocar a tragédia verificada no Rio de Janeiro nem o caos instalado em Salvador, vem causando vários transtornos às populações.
Em Ilhéus a prefeitura teve que decretar situação de emergência, por conta do risco de deslizamentos nos morros da cidade e determinou a desocupação e destruição de barracos localizados em várias impróprias para a construção de habitações.
A ocupação desenfreada dos morros é a parte visível do processo de empobrecimento que empurrou milhares de pessoas para as periferias de Ilhéus e Itabuna. Em Ilhéus, essa ocupação se deu nos morros, com riscos permanentes de deslizamentos durante o período chuvoso, e em áreas de manguezais, a exemplo de uma parte do bairro Teotônio Vilela.
Quando vem a chuva, acende-se a luz vermelha, diante da tragédia que pode acontecer a qualquer momento. Passado susto, os moradores acabam voltando às suas casas e barracos, por absoluta falta de opções de moradia segura.
E em Ilhéus, além da emergência nos morros, a população ainda sofre com inúmeros pontos de alagamentos nos bairros e na área central da cidade. A avenida Soares Lopes se transforma num rio, praticamente paralisando o tráfego. E aí, o problema reside na falta de um sistema de eficiente de escoamento das águas pluviais, incluindo a falta de limpeza de bocas de lobo e o péssimo costume de jogar lixo em qualquer lugar.
Se não enfrenta o problema de ocupação de morros, Itabuna também sobre com as chuvas. No centro da cidade, a água paralisa o trânsito e invade as lojas, por conta do entupimento das bocas de lobo, mesmo problema que se verifica em alguns bairros como Pontalzinho, São Caetano e Conceição. A culpa é mais do descaso do que da natureza.
Para as populações ribeirinhas, como as que moram nos barracos da Bananeira, o temor atende pelo nome de Rio Cachoeira, que recebe boa parte das águas da chuva, transborda e invade as residências localizadas em suas margens nem sempre plácidas e quase sempre desassistidas pelo poder público.
Às populações de Itabuna e Ilhéus, tão vulneráveis aos efeitos das chuvas, só resta olhar aos céus, implorar por um raio de sol e apelar para que São Pedro feche as comportas celestiais.
Porque se depender das autoridades aqui na terra...
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