quinta-feira, 4 de março de 2010

A estrela sobe


Quando Lula tirou da cartola o nome da ministra Dilma Roussef para sucedê-lo na presidência da República, muita gente, inclusive dentro do próprio PT, torceu o nariz.

Parecia um capricho de Lula ou uma jogada do tipo lançar uma candidata para perder e depois voltar nos braços do povo em 2014.

Afinal, que chance teria uma ministra importante, mas desconhecida pela população e que nunca disputou uma eleição diante do tucano José Serra, governador de São Paulo e com várias eleições no currículo?

A resposta parecia óbvia: nenhuma.

As primeiras pesquisas pareciam corroborar a tese da candidata fadada a perder. A vantagem de Serra se mostrava estratosférica, a ponto de poder liquidar a fatura já no primeiro turno.

Seria, enfim, um passeio.

Não será.

Da cartola de Lula saiu não um coelho, desses que ele pretende assar em sua chácara nos finais de semana quando deixar o cargo, mas uma candidata competitiva, com chances reais de ganhar a eleição.

Dilma foi subindo, Serra patinando e eis que a ultima pesquisa DataFolha mostra uma vantagem de apenas quatro pontos percentuais do tucano em relação à petista.

É uma situação de empate técnico, isso faltando sete meses para a eleição.
Ainda que não se possa mensurar o patamar que Dilma pode atingir e a capacidade real de transferência de votos de Lula, é inegável que o apoio do presidente mais popular da história do Brasil pode fazer com ela se torne a primeira mulher a governar o país.

Numa espécie de eleição plebiscitária, que Lula pretende realçar e da qual os tucanos querem fugir como o diabo foge da cruz e alguns políticos em Brasilia fogem de uma câmera, Dilma pode ganhar de Serra, pelo comparativo Lula x FHC, que na percepção popular é francamente favorável ao petista.

Por enquanto, a jogada de Lula tem se mostrado digna de um craque da política. Mas, ainda haverá muito jogo pela frente e o resultado só será conhecido em outubro.

A estrela sobe. As urnas dirão se irá brilhar mais quatro anos.

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