segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma casa de portas sempre abertas


Doze presos da cadeia pública de Buerarema, cidade vizinha a Itabuna, aproveitaram o final de semana para, digamos, desfrutar as delícias da liberdade.

Na madrugada de sábado para domingo, eles cavaram um túnel na carceragem e deixaram o local sem serem notados. A fuga só foi descoberta pela Polícia Militar na manhã de domingo.

Fugas de cadeias públicas no Sul da Bahia, nas pequenas e médias cidades e até em Itabuna, onde a Casa de Detenção fica dentro do Complexo Policial, não chegam a ser propriamente uma novidade.

Ao contrário, são uma lamentável rotina, ampliando ainda mais o quadro de insegurança, posto que marginais de altíssima periculosidade ganham as ruas com extrema facilidade e voltam a aterrorizar a população.

Esse tipo de fuga, que talvez nem mereça o nome de tão fácil que é sair da cadeia, pode ser encarada como um misto da falta de estrutura das delegacias e de uma mal disfarçada conivência de alguns agentes policiais, que costumam ter acessos súbitos de “cegueira”.

Trata-se de um problema grave e ao mesmo tempo recorrente, sem que se tomem as necessárias providências para evitá-lo. E não é algo que exija grandes investimentos, além é claro de coibir a ação dos maus policiais, aqueles acometidos da tal ”cegueira”.

O que já era um convite à liberdade, nessas casas de detenção que parecem estar com as portas sempre abertas para quem deseja sair (visto ser improvável que alguém queira entrar, ao menos por livre e espontânea vontade) parece ter se tornando ainda mais fácil com a posição dos policiais civis, que se negam a continuar fazendo a guarda dos presos.

Em campanha salarial e como forma de pressionar o governo, eles usam o argumento de que a custódia de presos é um dever da Justiça.

O argumento é legal, mas a tentativa de pressão é evidente: atendidos os seus pleitos, os policiais voltarão fazer a custódia, o quem é bom que se diga, em absoluto garante que as fugas irão cessar.

Ainda assim, esse tipo de “queda de braço” entre policiais e governo só serve para penalizar o cidadão comum, que clama por mais segurança e que, diante de tanta violência, vê tolhido o seu direito de ir e vir.

A bandidagem, livre, leve e solta, agradece.

METAS ABERTAS

Feito as cadeias públicas, no Campeonato Baiano, as defesas do Colo Colo e do Itabuna, tem se oferecido aos adversários como portas abertas.
E tome gols e derrotas em série.
O Colo Colo brilha galhardamente na lanterna e o Itabuna se esforça para fazer companhia ao co-irmão.

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