terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Quando o improvável tromba de frente com o impossível
Nylzo Marques Figueiredo, Lucimary Ribeiro, Gisele Souza, Jéssica Loriane Santos Ribeiro e Marimélia Belém.
Até a manhã do dia 8 de fevereiro de 2010, eles tinham sonhos, projetos de vida, histórias para contar.
Viviam a vida, com seus anseios, dificuldades, tristezas e alegrias.
Nylzo e Mariméia eram parentes.
Lucimary, Jéssica e Gisela eram amigas.
Nylzo e Mariméia seguiam de carro para Belmonte, onde moravam.
Lucimary, Jéssica e Gisela vinham do Rio de Janeiro e seguiam com destino a Salvador, onde pretendiam curtir aquele que é considerado o maior carnaval de rua do mundo.
Nylzo e Mariméia estavam a poucos quilômetros do aconchego de suas casas.
Lucimary, Jéssica e Gisela ainda viajariam mais de quatrocentos quilômetros até a cidade que escolheram para passar o carnaval.
Era absolutamente improvável, quase impossível, que os destinos de Nylzo e Mariméia fossem algum dia se cruzar com os destinos de Lucimary, Jéssica e Gisela.
Pois eles não apenas se cruzaram como, literalmente, se trombaram.
E se trombaram numa curva da BR 101 entre Camacan e Belmonte, quando os veículos em que eles viajavam bateram de frente.
O impacto foi tamanho que os dois carros se transformaram num monte de ferro retorcido.
Nylzo, Mariméia, Lucimary, Jéssica e Gisela se tornaram as mais novas vítimas de uma estatística macabra: as mortes em série nas estradas que cortam o Sul da Bahia, não raro frutos de uma imprudência desmedida ao volante.
A BR 101 e a BA 415 convivem com uma rotina de sangue e dor, em acidentes que se repetem com uma freqüência assustadora.
Um fenômeno que, diga-se, é nacional e faz do Brasil um dos países em que a violência do transito mais mata e invalida pessoas no mundo.
Parece que de nada adianta a fiscalização (frágil, é verdade) e para nada servem as campanhas educativas, pois os acidentes continuam ocorrendo numa proporção assustadora e as demonstrações de imprudências são visíveis para qualquer pessoa que trafega pela BR 101 e pela BA 415.
O carnaval vem ai, com a elevação do consumo de álcool e as noites mal dormidas.
Sinal de alerta nas rodovias, em que essa combinação costuma produzir mais acidentes e ceifar mais vidas.
Por que, em se tratando das rodovias, nem sempre se pode atribuir ao acaso a trombada do improvável com o impossível.
Um pouco mais de cuidado, prudência e respeito às leis do trânsito faria com que essa trombada entrasse para a categoria do evitável.
Poupando vidas, vidas e mais vidas.
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Um comentário:
Infelizmente nesse aciddente trágico duas das vitímas eram da minha família,meu pai Nylzo e minha madrasta Marinélia que foram arrancados das nossa vidas dessa maneira.Deixo aqui o relato de uma filha que tem buscado sobreviver depois dessa tragédia que arrasou nossa familia e que muitas vezes se desespera ao compreender o sofrimento passado por entes queridos.Caros motoristas ao dirigir lembrem que vcs poem em risco a sua vida e a de pessoas que infelizmente cruzam seu caminho.Temos buscado forças para superar essa dor ,mas não encontramos.
Fraternalmente ,uma vitima da perda de entes queridos na estrada.
Patrizzia Marques Figueiredo
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