quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

INFELIZ ANO NOVO


Cariocas, paulistas e gaúchos, numa vasta extensão deste Brasil continental, entraram em 2010 chorando a tragédia provocada pelas chuvas.

No Rio de Janeiro, a paradisíaca Angra dos Reis se transformou num inferno, com os deslizamentos de terra que ceifaram dezenas de vidas.

Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, as chuvas provocaram inundações de proporções diluvianas. Milhares de famílias ficaram desabrigadas, cidades ficaram isoladas, casas foram destruídas e muitas pessoas perderam a vida.

Mais do que perder aquilo que foi construído com tanto sacrifício, chorou-se pelos mortos. O bem material se recupera, a vida não.

Enquanto uma parte do Brasil sofria com as chuvas, uma parte considerável dos Estados Unidos, Canadá, Europa e da Ásia penava com as maiores tempestades de neve das últimas seis décadas. A neve parou o sistema de transportes, provocou acidentes, afetou cidades inteiras e matou muita gente.

O que parecia paisagem de sonho, coisa de cartão postal ilustrado com Papai Noel saindo lá dos confins do Pólo Norte, se transformou num pesadelo. Um mundo branco, congelado e sombrio.

Chuvas no Brasil, neve no Hemisfério Norte e, como se fosse pouco, terremoto no Oceano Pacífico, provocando o medo de novos tsunamis. Nas ilhas destruídas pela fúria dos terremotos, mais mortos.

A chuva, a neve e o terremoto que causam mortes e devastação seriam fatos isolados, mera coincidência terem ocorrido ao mesmo tempo ou conseqüência de uma mesma causa, a forma como o planeta vem sendo explorado pelo homem?

Pelo menos no caso brasileiro, não se pode atribuir a culpa pela tragédia à natureza. Os deslizamentos de terra ocorreram em áreas de encostas, onde a ocupação urbana foi feita de forma desordenada e, em alguns casos, irresponsável.

O mesmo vale para as enchentes, que afetaram a capital paulista e outras cidades. Ocupações irregulares, expansão imobiliária sem planejamento, assoreamento de rios, córregos e canais, destruição de encostas. Tudo isso somado, a força das águas ganha dimensões incontornáveis.

Aas tragédias se tornam inevitáveis.

Enquanto houver omissão as autoridades, falta de planejamento urbano e gente ocupando espaços inadequados para moradia (mas, aí é por conta da necessidade mesmo), os fogos e as esperanças renovadas de um novo ano serão abafados pela dor de quem começou 2010 sem nada.

E pela ausência dos que, tragados pela fúria das águas, nem conseguiram entrar em 2010.

IMBECIS NO VOLANTE

No Sul da Bahia, esse ano como todo ano, as estradas tem sido cobertas com sangue dos acidentes quase diárias, com vítimas fatais e dezenas de feridos.

A imprudência ao volante continua sendo regra, num festival de irresponsabilidade.

Um bando de imbecis que, não contentes em arriscar a própria vida, coloca em risco a vida dos outros.

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