segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Charuto e reggae. Na moral!
Essa aconteceu no Carnaval Antecipado de Itabuna em 2002 e foi publicada num site de apreciadores de charutos, de preferência cubanos. Encontrei por acaso nos meus alfarrábios e decidi compartilhar com os companheiros deste blog.
“Na última noite da folia, aproveitava para dar uma relaxada e saia num bloco de reggae, que a gente mantinha só por gostar desse tipo de música e criar uma alternativa para a mesmice do axé. Saimos com Edson Gomes, que apesar de misturar reggae com uma chatíssima pregação evangélica ainda atraia uma multidão.
Como sempre fazia, naquele estresse que é coordenadar a área de comnunicação do carnaval, subi no trio e acendi meu charuto, um Cohiba honestíssimo.
Um rapaz que acompanhava o trio não parava de me fazer sinais pedindo para que eu jogasse o charuto pra ele, certamente confundindo meu puro com outra coisa.
Eu fazia sinais mostrando que se tratava se um charuto, mas ainda assim ele insistia.
Quando o charuto estava no final, joguei a ponta pro rapaz, que ficou numa alegria danada.
Pois bem, demosa volta na avenida, num percurso de três quilomêtros, e quando a gente estava encerrando a apresentação o sujeito, sabe-se lá Deus como, conseguiu escalar o trio e começou a beijar a minha mão, dizendo ´você é moral, você é moral´.
A situação já era inusitada, mas não havia acabado. O rapaz, sem soltar da minha mão, disse:
-Ô moral, eu saí da cadeia só pra ver o Edson Gomes, eu amo reggae...
E, para mostrar que não estava mentindo, levantou a camisa, exibindo inúmeras marcas de bala de revólver nas costas e as indefectíveis tatuagens de quem passa pela cadeia.
Surpreso, eu apenas respondi:
-Ô moral, porque não me disse isso antes? Eu teria jogado era uma caixa de charutos inteira...
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