sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DUPLAMENTE JORGE AMADO


A bancada baiana na Câmara dos Deputados definiu, entre as emendas prioritárias do Estado no Orçamento Geral da União (OGU) de 2010, a liberação de R$ 150 milhões para a duplicação da rodovia Jorge Amado, a Ilhéus-Itabuna.

O Ministério dos Transportes sinalizou que as obras podem ser iniciadas no mês de março do ano que vem, já que o projeto está bastante adiantado e o próprio governador Jaques Wagner já se comprometeu com a duplicação.

É uma obra, portanto, que deixa a categoria de simples promessa para se tornar realidade.

Não era sem tempo.

Durante pelo menos duas décadas a duplicação foi utilizada como moeda eleitoral, que ´sumia do mapa´ assim que as urnas eram abertas.

Nesse período, a despeito da crise causada pela vassoura-de-bruxa ou por isso mesmo, as duas maiores cidades do Sul da Bahia encontraram novos caminhos como o turismo, o pólo de informática, o comércio, saúde e prestação de serviços, experimentando um processo de expansão que tornou ainda mais intenso o fluxo na rodovia, que abriga abriga em suas margens a Ceplac e a Universidade Estadual de Santa Cruz.

Com isso, a pista atual se tornou obsoleta e ao grande movimento de veículos, somaram-se os acidentes, estes, diga-se de passagem, provocados muito mais pela clássica e irresponsável imprudência dos nossos motoristas do que pela pista única.

A duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna é uma obra mais do que necessária e terá impactos positivos não apenas nos dois municípios, mas em todo o Sul da Bahia, pela possibilidade que abre para o crescimento do turismo e a atração de novos investimentos.

A ´nova´ rodovia estará inserida num novo - e, espera-se, duradouro- com o novo ciclo de desenvolvimento que o Sul da Bahia fatalmente viverá, a partir de obras com o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, a Zona de Processamento de Exportações e o Gasoduto da Petrobrás, além da recuperação da lavoura cacaueira e dos projetos de diversificação que virão no PAC do Cacau.

Com a duplicação, o que atualmente já é, sem qualquer ranço de bairrismo, uma das mais belas estradas de todo o país, margeando um rio mítico, fazendas de cacau e áreas da Mata Atlântica, se tornará uma rodovia moderna, capaz de acompanhar a consolidação de Ilhéus e Itabuna como pólos regionais de desenvolvimento.

E será também um justo tributo ao escritor que lhe empresta o nome, esse Jorge Amado que nunca tirou os pés do visgo do cacau, mas que ganhou o mundo com o seu talento e deu ao Sul da Bahia uma dimensão planetária.

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