quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Os sem terra, os sem juízo e os sem escrúpulos




As avaliações sobre a depredação de uma fazenda que produzia laranjas no interior de São Paulo, comandada por irresponsáveis travestidos liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras, o MST, estão meio fora de foco.

Tudo bem que algumas lideranças do MST, como João Pedro Stedile e José Rainha, mereciam estar bem trancados numa camisa de força em um hospício, mas jogar a culpa pelos recentes atos de vandalismo no presidente Lula, acusando-o de, no mínimo, ser conivente com os ataques a propriedades rurais, é de um primarismo tolo, uma tentativa nada sutil de provocar estragos na imagem do presidente e, por tabela, afetar a candidatura de Dilma Roussef em 2010.

A associação a que pertencem os lunáticos que destruíram máquinas, casas e laranjais em São Paulo, recebe recursos do Governo Federal assim como centenas de outras ONGs ligadas aos sem-terra recebem.. Não é por isso que todo mundo vai sair por aí destruindo o patrimônio público ou privado.

Os atos de vandalismo cometidos sob a vasta bandeira do MST devem ser condenados com veemência, incluindo punição para os responsáveis, mas não se pode, por conta da eleição que se avizinha, tentar transformar em regra o que é exceção.

Como se toda ONG ligada ao MST que recebe recursos do Governo Federal tivesse como único fim promover a baderna.

A regra são mobilizações pela Reforma Agrária e assentamos em que as famílias tem condições de produzir e levar uma vida digna, mesmo que parte da mídia tente mostrar esses assentamentos como uma espécie de “favelas rurais”.

É a mesma mídia que chega ao absurdo de comparar o MST com as FARCs, as terríveis Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que de movimento guerrilheiro, passou a atuar como bando, promovendo seqüestros e se associando ao narcotráfico.

Não há nenhuma, repita-se aqui, nenhuma evidência de que o MST tenha derivado para esse tipo de atividade. Mais do que isso, embora defenda o socialismo, o movimento não prega nenhuma revolução, até porque isso não teria o menor sentido num país que tem como presidente um ex-operário metalúrgico.

Sair “fabricando” bandidos e quadrilhas com o claro interesse eleitoreiro não é o melhor caminho, nem vai dar o resultado esperado. Lula já apanhou o que tinha de apanhar, com acusações bem mais pesadas do que financiar, por vias indiretas, um ato de vandalismo.

Continua com sua imagem sem arranhões e deve ser um cabo eleitoral decisivo numa eventual candidatura de Dilma, mas parece que a oposição, amparada pela mídia, não aprende.

Nessa história de sem terras, há que se condenar os sem juízo, mas também alertar para os sem escrúpulos, que mudam o filme, mas mantém o mesmo roteiro, como se fantasmas trazidos repetidas vezes à tona tivessem o dom de assustar.

A história recente mostra que não assustam, visto que fantasmas, como as bruxas, não existem, embora haja os que creiam e apostem neles.

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