quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fitinha do Senhor do Bonfim, mãozinha do Senhor Luiz


Depois de participar uma celebração evangélica em agradecimento por ter vencido aquela que certamente foi a mais dura de suas batalhas, a luta contra o câncer, a ministra da Casa Civil e pré-candidata a presidência da República pelo PT, Dilma Roussef, encerra a semana em Salvador, uma das cidades de maior religiosidade de Brasil, onde, diz a lenda, se todos os pedidos aos santos e todos os despachos fossem atendidos, o Campeonato Baiano terminaria empatado. E as eleições também.

Dilma, ex-guerrilheira e vítima de lancinantes torturas cometidas nos porões da ditadura militar brasileira, vai à tradicional Igreja do Bonfim, onde participa de uma Missa de Ação de Graças. De lá, deve sair com a fitinha que ilustra o pulso de dez entre dez personalidades que visitam a Bahia e item obrigatório no kit de qualquer turista que se preze.

A fitinha de Dilma deve ser vermelha, per supuesto.

A visita à Igreja do Senhor do Bonfim, respeitado o fervor religioso e a gratidão pela cura, tem um olho no santo e outro no eleitor.

Superada a incerteza da doença, a drástica redução de suas atividades na Casa Civil e o afastamento compulsório das visitas a obras do PAC em todo o Brasil, Dilma Roussef busca voltar à cena política e se consolidar como uma alternativa viável para derrotar o tucano José Serra, que aparece como favorito na disputa presidencial.

Esse posto, que até pouco tempo atrás era exclusivo de Dilma, atualmente é dividido com Ciro Gomes, do PSB. Menos mal que Serra empacou no patamar em que estava e até oscilou um pouco para baixo, o que por sinal também ocorreu com a ministra.

Daí que, além a dar um alô para o Senhor do Bonfim e comparecer até em festa de aniversário, no caso, o presidente da Agência Nacional do Petróleo, o comunista (ainda existe isso?) Haroldo Lima; Dilma Roussef acompanha o governador Jaques Wagner numa visita as obras do Hospital da Criança, em Feira de Santana, e na solenidade de autorização da concessão das rodovias federais na Bahia.

Tem mais: sempre ao lado do governador, candidatíssimo à reeleição e às voltas com atritos com o aliado nacional e ex-aliado estadual PMDB, embarca na Caravana de Erradicação do Trabalho Infantil na cidade Cipó. Deve haver espaço ainda para outro aniversário (vida de candidato não é mole!), desta vez o do presidente da Petrobrás, o baiano José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. Para fechar o périplo baiano, uma inspeção às obras do PAC em Salvador.

É, enfim, agenda de quem quer voltar à luta.

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A ajuda dos céus é bem vinda (e é bem vinda em qualquer situação), mas a ministra Dilma Roussef vai contar mesmo com outra ajuda, que não tem nada de divina, mas que anda fazendo verdadeiros milagres.

E que atende pelo prosaico nome de Luiz Inácio Lula da Silva.

Duvidar, quem há de?

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