sexta-feira, 19 de junho de 2009

NÚMEROS SÓ NÚMEROS SÃO?

Cada um lê pesquisa de intenção de votos da maneira que lhe é conveniente. E pesquisa realizada mais de um ano antes da eleição, só serve mesmo como indicativo de uma tendência que pode se confirmar ou não. No mais, faz muita espuma, rende comentários e alimenta o noticiário por alguns dias.

Os números da recente pesquisa realizada pelo Instituto Campus em 52 municípios baianos e com 2.593 pessoas entrevistas não embutem nenhuma novidade. O atual governador Jaques Wagner lidera com cerca de 12 pontos percentuais à frente de Paulo Souto (43,1% a 31,9%) e Geddel Vieira Lima vem em terceiro com 13,3%.

Tudo dentro do script. Com a união DEM/PSDB, Souto deve absorver os votos do carlismo e de uma parte dos tucanos, que em eleições passadas se aliaram (mesmo em informalmente) ao PT. Wagner tem um percentual seguro, ainda que não confortável e Geddel, se não demonstra musculatura suficiente para entrar no páreo, se configura como o fiel (ou infiel) da balança, a depender do lado que apóie caso não seja ele próprio o candidato.

Esses números devem impulsionar as movimentações de bastidores. Wagner, à custa de engolir seguidas provocações, buscará uma composição com Geddel, fazendo ouvidos moucos para as diatribes de alguns peemedebistas. E os carlistas vão cobrir o ministro de mesuras, mesmo que sem atraí-lo para suas hostes, sabendo que a manutenção de sua pré-candidatura é um entrave apenas e tão somente para o governador.

Talvez o dado mais expressivo da pesquisa da Campus seja justamente aquele que esteja recebendo menos atenção: o de que a administração do governador Jaques Wagner é aprovada por 60,8% dos baianos e reprovada por 26,1% deles (o restante se manteve indiferente).

Trata-se de um índice de aprovação significativo, em processo ascendente, o que demonstra que aos poucos o trabalho de Wagner começa a ser reconhecido pela população.

Observe-se ainda que a aprovação do governador é bem superior à sua intenção de votos, o que indica que ainda há margem para crescer, na medida em que as pessoas associem mais diretamente o governo à figura do governador.

Os números que por enquanto são só números, sinalizam que esse é o caminho, embora com 2010 à espreita seja preciso caminhar mais rápido, mostrar mais as ações do governo e definir quem serão efetivamente os aliados e os adversários nessa nova e feroz disputa que se avizinha.

Ficará bem menos difícil, porque eleição fácil não existe, sem ter que ficar atento às caneladas dos adversários e também de alguns “aliados”.

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