quarta-feira, 22 de abril de 2009
Caminho das Índias
A se confirmarem os projetos anunciados pelo Governo Federal e o Governo Estadual, o Sul da Bahia está prestes a viver um novo ciclo de desenvolvimento, com a vantagem de que não dependerá apenas de um único produto, embora o cacau ainda reúna condições de ser um componente importante na economia regional.
Durante a visita a Itabuna, no último final de semana, o governador Jaques Wagner confirmou que, a despeito da crise mundial, estão garantidos os investimentos para a implantação do Porto Sul, da Ferrovia Oeste-Leste, do novo aeroporto de Ilhéus e da Zona de Processamento de Exportações.
Também está prestes se concretizar um sonho de quase duas décadas, a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, obra já em fase de estudos técnicos.
Some-se a isso, o PAC do Cacau, que a partir da definição sobre a renegociação das dívidas dos produtores rurais, poderá sair do papel e deslanchar de vez, possibilitando a liberação de novos recursos para a retomada da produção de cacau em níveis competitivos e a execução de projetos de diversificação, como agroindústria, fundamentais para agregar valor e fazer com que deixemos de ser apenas geradores de matéria-prima.
Esses investimentos darão um novo impulso a uma região que tanto deu à Bahia e que há mais de duas décadas atravessa uma crise sem precedentes em sua história. Uma região que vinha sendo solenemente ignorada por governantes que aqui só apareciam em busca de votos e que passou a receber uma atenção especial com Lula e Wagner.
O Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste criarão oportunidades para a criação de um pólo industrial, não apenas no setor de siderurgia, com os minérios, como no setor têxtil, com o beneficiamento de algodão. Itabuna tem estrutura e reúne condições de abrigar o pólo têxtil. A ferrovia poderá fazer também com que a soja, hoje exportada pelo terminal privado de Cotegipe, na Bahia de Aratu, volte a ser movimenta por Ilhéus.
A duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna não terá impacto apenas regional, mas poderá significar uma “ponte” ao Norte/Noroeste de Minas Gerais, para escoar sua produção através do Sul da Bahia. Haverá, também, um incremento do turismo, atividade cujo potencial ainda não foi devidamente explorado.
Trata-se, portanto, de uma oportunidade histórica, daquela que não pode ser desperdiçada, sob pena de comprometer as futuras gerações de sul-baianos. Além do indispensável apoio governamental, há que prevalecer o espírito empreendedor, fazendo que esses projetos, a partir de sua concretização, gerem emprego, renda, desenvolvimento, qualidade de vida para a população.
Em tempo: Jaques Wagner realiza essa semana uma viagem à Índia, país que hoje é exemplo de solidez em meio à crise mundial e que, a exemplo do Brasil, está conseguindo reduzir sensivelmente a exclusão social.
Wagner se reúne com cerca de 60 empresários dos setores de mineração, têxtil e tecnologia da informação. Vai apresentar a eles justamente projetos que envolvem o Sul da Bahia, como a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul, além do potencial representado pelas reservas minerais, especialmente o minério de ferro do sudoeste baiano.
Ao fazer o “Caminho das Índias”, Wagner pode estar dando um passo decisivo para ajudar o Sul da Bahia a refazer seus caminhos.
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Um comentário:
Em entrevista a jornalista e economista Fátima Turci da Record News o Governador falou que está viagem seria como uma pescaria. Nem sempre o peixe vem no anzol. Abraços !
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