“Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora..
O vagalume fugiu um dia, mas a cobra não desistia. Dois dias e nada...
No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e disse à cobra:
- Antes de me devorar, posso fazer três perguntas?
- Bom, não costumo abrir precedentes para ninguém, mas já que vou te comer mesmo, pode perguntar...
- Primeira: pertenço a sua cadeia alimentar?
- Não.
- Segunda: te fiz alguma coisa?
- Não.
- Então, por que você quer me devorar?
- Porque não suporto ver você brilhar!”
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Historietas como a relatada acima, cairiam melhor nesses manuais de auto-ajuda tão em voga ultimamente. Mas, ela é atualíssima numa região como a nossa que enfrenta uma crise que já dura duas décadas e nem assim consegue se unir para atuar em torno de um projeto comum de desenvolvimento.
Não aprendemos, apesar de todas as lições (e todas as decepções), que o individualismo é uma praga infinitamente mais danosa do que a vassoura-de-bruxa.
Continuamos, em todas as esferas, colocando o interesse individual acima do interesse coletivo. Confundindo política, que é uma prática saudável e indispensável à democracia, com politicagem, onde o que vale é o golpe baixo e a total falta de compromisso com a verdade.
Vibramos mais com o fracasso alheio do que com os nossos próprios êxitos.
Um conhecido empresário itabunense, que já viveu o céu e o inferno da gangorra prosperidade/crise e que conseguiu se recuperar ao trabalhar duro costuma dizer que “no Sul da Bahia, o sujeito gasta dois reais para que o outro não ganhe um real”.
A conta parece absurda, mas é o que acontece com freqüência nessas plagas grapiunas.
Não há jeito de dar a volta por cima enquanto continuarmos nos comportando como cobras, a devorar vagalumes que seu brilho poderiam apontar a luz no fim do túnel e nos conduzir a novos caminhos.
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