Era uma vez um vilarejo surgido às margens de um rio de águas tão caudalosas que recebeu o nome de Cachoeira. O vilarejo, quase um entreposto no efervescente comércio alimentado pela expansão de um fruto de ouro, se transformou em vila, até que, em 1910, a luta incansável pela emancipação fez nascer o município de Itabuna.
Começava aí a saga de uma cidade que em poucas décadas se consolidaria como um dos principais pólos econômicos do Norte/Nordeste e que ao longo do tempo demonstraria uma inacreditável capacidade de superar crises, vencer adversidades, renascer.
Um exemplo dessa superação, entre os tantos que foram dados ao longo de sua história, é recente.
As duas últimas décadas do século passado prenunciavam o apocalipse. A cidade foi jogada no olho do furacão por conta da devastação causada pela vassoura-de-bruxa.
O empobrecimento dos pequenos e médios municípios, que dependiam única e exclusivamente do cacau, não apenas estancou o fluxo de consumidores a Itabuna, como enviou para as bordas da periferia uma legião de desempregados do setor rural, pressionando uma demanda por serviços públicos que era praticamente impossível atender.
O que parecia o fim revelou-se o recomeço.
A cidade, com o dinamismo e a força empreendedora que são característicos de sua população, conseguiu se reerguer e é hoje, de maneira indiscutível, o principal pólo comercial, prestador de serviços, educacional e de saúde do Sul da Bahia.
Alguns de seus bairros, como o São Caetano, o Santo Antonio, o Conceição, Fátima e Califórnia tem estrutura similar aos médios municípios da região.
O Centro, com suas incontáveis opções de comércio, serviços e lazer, se equivale a várias capitais do Nordeste.
Existem problemas, sim, e eles não podem ser mascarados. Os serviços públicos (e o mais notório deles é o sistema de saúde) são deficientes, os bairros sofrem com o descaso e a violência atinge níveis alarmantes. A falta de planejamento, combinada com o crescimento econômico, tornou o trânsito caótico nas áreas centrais, e o transporte coletivo está longe do ideal.
O crescimento gerado pela iniciativa privada, se associado a uma administração pública eficiente, será capaz de produzir desenvolvimento sustentável, que resulta na atividade econômica associado à qualidade de vida.
Faltando dois anos para o seu primeiro centenário, data histórica que irá coroar um sonho transformado em realidade no distante ano de 1910, Itabuna reúne todas as condições de ser a metrópole que todos nós, seus filhos nascidos aqui e os que a cidade recebeu de braços abertos, desejamos.
Mais do que desejar, podemos fazer acontecer.
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