segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sic transit gloria mundi


Em 2005, e lá se vão apenas seis anos, o Colo Colo sacudiu a poeira do futebol baiano, ao quebrar uma hegemonia de mais de três décadas da dupla Bahia e Vitória e conquistar o campeonato estadual, vencendo os dois turnos.

Fechou a campanha com um inquestionável triunfo sobre o Vitória, em estádio Barradão, em Salvador.

Parecia estar nascendo ali uma força capaz de rivalizar com os clubes da capital, rompendo a monotonia interminável.
O time voltou a Ilhéus coberto de glórias, desfilou em carro aberto, provocou frisson em toda a cidade até o prefeito de então tirou uma lasquinha da conquista.

“Prefeito pé quente”, bradavam os áulicos, sem se darem conta da fria em que a população havia se metido ao elegê-lo.

Voltemos ao ludopédio, que da política e da politicagem outros escribas se incumbem com maior zelo, pompa e circunstância.

O que parecia ser a porta da glória eterna transformou-se numa espécie de maldição.

O título de campeão baiano de 2005, que parecia o passaporte com visto permanente para a elite do futebol, tornou-se um peso maior do que o Colo Colo poderia suportar.

Difícil não é chegar ao topo, difícil é manter-se no topo, diz a arte da guerra e da vida.

A obrigação de manter-se no topo pesou como uma adaga sobre a cabeça do Leão do Sul, pomposo nome dado ao esquadrão ilheeense.

E entre crises, explosões de egos inflados, contratações equivocadas, falta de recursos, veio a tormenta , o mar bravio.

De candidato ao título em 2006, o Colo Colo passou a coadjuvante em 2007 e 2008 e a partir de 2009 passou a lutar, não pela glória, mas contra o escárnio do rebaixamento para a 2ª. Divisão.

Que, finalmente, se consumou de forma inexorável em 2011, após uma campanha medíocre, em que conseguiu a proeza de ficar atrás de timecos marca bufa, num campeonato que, salvo um ou outro jogo, tem se revelado um pântano de mediocridade.

Passageira, quão passageira foi a glória do efemeramente glorioso Colo Colo, mergulhado na cova dos leões desterrados, condenado que está a disputar a ainda mais pantanosa e medíocre 2ª. Divisão em 2012, essa terra de ninguém do futebol.

Que sirva de lição.

Não apenas no futebol, é de bom alvitre que se escreva.

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