segunda-feira, 4 de abril de 2011

O ladrão perdeu a piada do Piaba, mas riu por último...


Tem aquela piada do ladrão que apontou o revólver para o português de disse:

-Pare...
Ao que o patrício respondeu:
-Ímpare...
E o ladrão:
-Rapaz, eu tô te roubando...
O portuga, então, rebate:
Então eu não brinco mais com você de pare ou impare!!!

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Certo, a piada é terrivelmente sem graça e além de tudo politicamente incorreta com os portugueses que pouco mais de cinco séculos atrás aportaram nesse chão e aqui encontraram um porto seguro, descobriram que em se plantando tudo dava e no final deu no que deu.

Mais sem graça ainda é a criminalidade, que além dos assassinatos em larga escala, com 46 homicídios somente em 2011 em Itabuna, se revela nas coisas mais comezinhas.

Nem o sujeito que, não satisfeito com as palhaçadas cometidas por nossa brava classe política, ainda se dispõe a assistir a um show de humor está a salvo da bandidagem.

Programinha bobo, simples.

Pois quem se deu ao trabalho de desopilar o fígado (essa é do tempo em que ´dar um tapinha´ era bater em bumbum de bebê) e assistir ao show do humorista Renato Piaba no Centro Cultural de Itabuna foi surpreendido pela presença de bandidos, que chegaram ao local enquanto as piadas rolavam soltas, mas não estavam afim de graça.

Simplesmente se dirigiram ao guichê e limparam o borderô do show, cerca de 2.300 reais que eram a parte do Centro Cultural, já que os produtores de Renata Piaba já haviam retirado a cota do artista. Perderam as piadas, mas não perderam a viagem e aproveitaram para saquear as pessoas que se encontravam no foyer (aquele espaço em que no tempo que o Brasil falava português a gente chamava de saguão), levando celulares, cartões de crédito e dinheiro.

Esses, coitados, perderam as piadas e os pertences.

Os marginais podem não ter senso de humor, mas tem senso de oportunidade.

Eles sabem que, dada a extrema falta de segurança que nos assola, cometer assaltos em espaço culturais, lojas, restaurantes e ruas, mesmo em plena luz do dia, é mais fácil do que tomar o pirulito de uma criança indefesa.

O otário da piada pode ser o português, mas nessa onda de violência que torna arriscada a mais banal das atividades, na vida real os palhaços somos nós.

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