quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O RANKING DA INFÂMIA



No intervalo de apenas um ano, Itabuna saltou de 11ª para 3ª cidade mais violenta do Brasil quando considerado o número de homicídios entre jovens na faixa de 15 a 24 anos. É o que revela o mais novo Mapa da Violência feito pelo pesquisador Júlio Jacobo, Instituto Sangari e Ministério da Justiça. Conforme o estudo, o município registrou 92 assassinatos em que as vítimas eram jovens na faixa etária de 15 e 24 anos de idade. Maceió (AL) lidera o ranking de mortes violentas nessa faixa etária, seguido pela capixaba Serra.

Os dados do Ministério da Justiça apenas revelam o que se nota no dia a dia. No último final de semana, dois jovens foram assassinados em Itabuna. No bairro Santo Antonio, Hermes Bispo dos Santos, 25, foi executado com cinco tiros por dois homens numa moto. No bairro Nova Califórnia, Anderson Amorim dos Santos, o Xexéu, 17, foi assassinado com, pelo menos, seis tiros, na cabeça e nas costas, em frente a uma igreja. Ambos tinham ligação com o tráfico de drogas.

Com as mortes de Hermes e Anderson, Itabuna chega a 33 homicídios nos dois primeiros meses de 2011.

Jovens, sempre os jovens, tombando nessa guerra sangrenta e diária, vidas ceifadas em meio a um mundo de exclusão e falta de oportunidades, em que a droga às vezes se apresenta como o único caminho.

Ainda que, na maioria das vezes, se revele um caminho sem volta.

Trata-se de um fato vergonhoso, que está a exigir uma ampla mobilização do governo e de toda a sociedade organizada.

Está mais do que na hora de nossas entidades representativas deixarem a clássica postura submissa, de cobrir de salamaleques os poderosos de plantão, e atuar no sentido que essa violência insana e avassaladora, que nos cobre de infâmia, ao menos seja reduzida.

Itabuna, que já é uma das campeãs nacionais de incidência de dengue, resultado do crônico descaso de nossas autoridades com a saúde pública, está a merecer um tratamento que a tire do noticiário negativo e desabonador.

Uma terra que gente hospitaleira e empreendedora, capaz de superar as piores crises e dar a volta por cima, não merece aparecer no mapa da vergonha, por conta da violência extrema nem derrotada por um mosquito que se combate com prevenção.

Definitivamente não basta a indignação.


É preciso ação.

E já!

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