segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Cavaleiros do Apocalipse


Engana-se quem acredita que a ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, assinada pelo presidente Lula e pelo governador Jaques Wagner, vai arrefecer o ânimo do grupo de ambientalistas e empresários que se opõe ao Complexo Intermodal, que além da Fiol, inclui o Porto Sul, um novo aeroporto e a Zona de Processamento de Exportações.

A licença ambiental que permite a construção da ferrovia já foi concedida e o mesmo deve acontecer em relação ao Porto Sul.

Com isso, o Sul da Bahia inicia 2011 com excelentes perspectivas, já que a ferrovia e o porto, duas das maiores obras de infra-estruturas do país, abrem caminho para que a região, açoitada por uma crise que dura duas décadas, entre enfim num novo e duradouro ciclo de desenvolvimento.

O Complexo Intermodal irá criar em torno de si um cinturão que envolve indústria, comércio, prestação de serviços e lazer, beneficiando diretamente Ilhéus, Itabuna e cidades vizinhas e gerando emprego e renda numa região praticamente estagnada.

Não é exagero dizer que desde a criação da Ceplac há mais de 50 anos (um Estado dentro do Estado, com recursos suficientes para alavancar o desenvolvimento regional), o Sul da Bahia não contava com investimentos de tamanha importância.

Ainda assim, o Complexo Intermodal, aprovado pela maioria da população, enfrenta feroz resistência por parte de ambientalistas e de empresários do Sul/Sudeste do País, que aqui mantém seus pequenos paraísos para férias e feriados prolongados.

A junção desses ambientalistas, nem todos necessariamente preocupados com o meio-ambiente, com empresários sem vínculos com a região, produz barulho suficiente para vender a imagem do que o Complexo Intermodal é uma espécie de apocalipse, capaz de provocar uma devastação imensurável na natureza.

O barulho torna-se ainda maior na medida em que um dos interessados em manter a versão de destruição ambiental é dono da maior rede de televisão do País e também dono de uma mansão luxuriante, localizada em meio à Mata Atlântica, num condomínio de alto luxo em Itacaré.

Desta forma, para contrapor a visita de Lula a Ilhéus para marcar o início das obras da ferrovia, levou-se ao ar uma “reportagem” mostrando praias paradisíacas, lagoas e mata nativa, passando a impressão de que elas serão destruídas pelas obras do Complexo Intermodal.

Não serão, pelo menos da maneira com que pregam os arautos do apocalipse. Eventuais impactos ambientais -e eles são inevitáveis até quando se constrói uma mansão à beira mar- terão a necessária compensação, já que a legislação atual é rígida nesse quesito.

Às trombetas contrárias ao Intermodal (e elas continuarão soando), responda-se com a mobilização dos segmentos comprometidos com desenvolvimento do Sul da Bahia para garantir que por conta de uma autoridade excessivamente diligente ou vidrada num brilhareco midiático essas obras não sejam atrasadas ou mesmo interrompidas .

A hora é agora.

O Sul da Bahia não pode esperar mais.

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