quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

No meio do caminho tinha uma pedra...



Quem trafega pela rodovia BR 101, no trecho que corta o Sul e o Extremo Sul da Bahia, depara-se com carretas transportando enormes blocos de mármores e granitos.

O destino das pedras é preferencialmente o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.

Nesses estados, as pedras são manufaturadas e comercializadas em várias partes do Brasil e do Exterior.

Alguns tipos de mármores e granitos encontrados no Sul da Bahia tem mercado certo na Europa, que absorve boa parte da produção capixaba.

Os blocos de mármores e granitos saem do Sul da Bahia para virar produto com a marca do Espírito Santo.

Não é preciso ser economista para perceber quem é que fica com a maior parte do lucro desse negócio.

É mais um caso emblemático numa região mundialmente conhecida pela qualidade do cacau que produz, mas que, paradoxalmente, só agora dá os primeiros passosna produção de chocolate.

Ao longo de quase um século, como ou sem crise, nos limitamos a produzir cacau em amêndoa, meros geradores de matéria prima, enquanto regiões que não cultivam um mero pé de cacau se especializaram na produção de chocolates de grife, a exemplo da Serra Gaúcha.

Conta simples: enquanto um quilo de cacau em amêndoa custa cerca de seis reais, um quilo de chocolate fino pode chegar a 200 reais.

É quase como o tapuia que entregava seu ouro aos colonizadores em troca de espelhinhos.

Cara pálida é tão bonzinho!


No caso dos mármores e granitos, repete-se a história do cacau, com perdas significativas na geração de emprego e renda para o Sul da Bahia.

Nos últimos anos, falou-se na implantação de um Pólo de Mármores e Granitos, inclusive com a possibilidade de exportação através do Porto de Ilhéus.

Como é praxe por essas plagas, falou-se muito e fez-se nada.

O tal Pólo de Mármores e Granitos continua sendo apenas uma miragem, para o gáudio de empresários de outros estados.

Já passou da hora de fazer com que nossos principais produtos gerem desenvolvimento aqui e não em outras regiões.

As fábricas de chocolate, para produção em média e grande escala, estão prestes a se tornar realidade.

O pólo marmoreiro e graniteiro ainda tem que driblar as muitas pedras que existem pelo caminho.

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