segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A vitória do diálogo

4.101.270 milhões de votos, 63,83% dos votos válidos, dois senadores eleitos e uma bancada expressiva de deputados federais e estaduais.

Os números retumbantes chamam a atenção.

Mas não é isso que necessariamente reflete a reeleição de Jaques Wagner para o Governo da Bahia.

A reeleição de Wagner é fruto, acima de tudo, de um estilo que na maioria das vezes passa despercebido, porque não é uma grande obra nem um eficiente programa de inclusão social, ainda que essas ações tenham sido marcas deste seu primeiro mandato.

Um estilo de governo que atende pelo nome de diálogo e que também pode atender pelos nomes de respeito, parceria, espírito republicano, capacidade de articulação.

Para o cidadão comum, aquele que deu essa votação espetacular a Wagner, essas coisas podem parecer subjetivas.

Mas não são.

Wagner começou a sedimentar sua reeleição justamente por imprimir em seu governo essa mudança de paradigma, substituindo o velho estilo “o que não se compra com o dinheiro, se subjuga pela força do chicote”, por um governo transparente, que tratou políticos de todos os matizes com o mesmo respeito.

Foram embora os tempos de que aliado era sinônimo de submissão e que adversário político era o equivalente a inimigo.

E aí, nessa relação em que o governador deixou de ser o imperador para ser o parceiro de prefeitos, deputados e outras lideranças política, Wagner semeou a base de apoio que, na eleição, transformou-se numa frente suprapartidária.

Até mesmo prefeitos de partidos de oposição, como o DEM, se diziam constrangidos em negar apoio a um governador, que como eles mesmos diziam, os recebia com presteza.

Um governador que, neste seu primeiro mandato, esteve na quase totalidade dos municípios baianos e em todos eles plantou uma obra ou um programa de inclusão social, fosse o prefeito do PT, do DEM, do PMDB, do PP ou do PR.

O contraponto com o estilo dominador de antes foi inevitável.

Claro que isso nada teria adiantado se Wagner não estivesse fazendo um bom governo, mas é inegável que essa capacidade de dialogar e conviver com os opostos foi fundamental para que ele se apresentasse como aquilo que efetivamente é: um administrador que governa para todos.

Não são poucos os desafios que se apresentam nestes próximos quatro anos de mandato.

Mas o homem que mudou o jeito de governar a Bahia e que está mudando a Bahia tem condições de superá-lo.

Não apenas com o diálogo, mas com muito, muito trabalho.

Um comentário:

Victor Costa disse...

E pensar que muitos passaram os últimos 4 anos reclamando de Wagner... Pareciam até estar com vontade de voltar aos tempos do chicote.