sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Domingo de decisão


Chega ao final neste domingo uma das mais acirradas eleições presidenciais desde a redemocratização do Brasil, no final da década de 80 do século passado.

As pesquisas divulgadas por institutos como o DataFolha, Ibope, Vox Populi e Sensus apontam uma vantagem média de 12 pontos em favor da candidata do PT, Dilma Roussef, sobre o candidato do PSDB, José Serra.

A folga aparente, que poderá se confirmar ou não quando as urnas forem abertas, não reflete a realidade de uma eleição em que as propostas de governo e as discussões sobre os destinos do país nos últimos quatro anos foram colocadas em segundo plano.

Esses temas, de extrema importância, deram lugar a questões que envolvem questões morais e/ou religiosas, como o aborto e a crença em Deus. Importantes, sim, mas que não deveriam ocupar o foco do debate, como ocupam até nos momentos que antecedem o pleito.

Nunca, em tempo algum, se viu uma campanha marcada por tantas baixarias, a maior parte delas protegida pelo manto do anonimato, com acusações sem provas e algumas aberrações que só encontraram ressonância pela prática da repetição exaustiva.

A internet serviu como força motriz para que boatos se espalhassem numa velocidade e numa proporção espantosas, tendo Dilma como a principal vítima.

Quando veio o segundo turno, a artilharia passou a ser mútua, e aí até as baixarias se equilibraram. Virou chumbo trocado, enquanto na campanha oficial, aquela em que tem que se manter um certo recato, o PT tocou no ponto mais sensível ao PSDB: a privatização.

Para compensar as estripulias de Erenice Guerra, vieram à público as estripulias de Paulo Preto.

Empatados no quesito “mui amigos` e reduzido o impacto da questão moral/religiosa, pode-se, enfim, ter ao menos uma réstia do que efetivamente este em jogo nessa eleição: a opção dos brasileiros entre os oito anos de FHC e os oito anos de Lula, o que de certa forma explica como, a despeito de tanta pancada, Dilma conseguiu abrir vantagem sobre Serra nessa reta final de campanha.

Domingo é dia de decisão.

Mas não é um Fla-Flu, um Palmeiras x Corinthians, um BA-VI ou um Itabuna x Colo Colo.

É o seu futuro, o futuro de sua cidade, de seu estado e de seu país que estão em jogo.

Um futuro que, democraticamente, seu voto vai ajudar a definir como será.

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