quinta-feira, 30 de setembro de 2010
O tucano surfa na onda verde
Apostando cada vez mais na possibilidade de um segundo turno na eleição presidencial, a mídia mudou o foco: mantém a artilharia contra Dilma Roussef, mas vez mais espaço e incensa de forma nada sutil a candidata do Partido Verde, Marina Silva.
A aposta da mídia era de que com a pancadaria, Dilma cairia, como vem caindo, e os seus votos iriam para José Serra, levando o pleito ao 2º. turno.
Atiraram, literalmente, no que viram e acertaram no que não viram.
Serra estancou ou cresce dentro da chamada margem de erro nas pesquisas. Votos que antes eclosão do caso Erenice Guerra e de seu superdimensionamento pela mídia estavam destinados a Dilma migraram, quase em sua totalidade, para Marina Silva, até então mera coadjuvante no processo eleitoral.
Como Serra não sai do lugar, a esperança de levar a eleição para um imponderável 2º. turno atende pelo nome de Marina Silva, ainda que não seja ela e sim o tucano a ir para um eventual embate com a petista.
A tal “onda verde”, tábua de salvação da mídia engajada de corpo e alma na campanha demo-tucana vai servir justamente para que José Serra possa chegar ao 2º. turno, porque a menos que aconteça uma hecatombe faltando três dias para a eleição, Marina tem remotíssimas chances de terminar em segundo.
A soma do caso Erenice Guerra com a opção por Marina do eleitorado que se desencantou com Dilma gerou a situação inusitada em que o maior beneficiado é justamente aquele que, até quinze dias atrás, tinha a eleição praticamente perdida.
Marina Silva, obviamente, nada tem a ver com isso.
Entrou na eleição para marcar posição, com um discurso quase que exclusivamente ambientalista e agora pode não apenas levar a eleição para o 2º. turno como ser uma espécie de “fiel da balança”, a depender para que lado vai pender.
O fato é que, neste momento, Serra nem mais se preocupa em aumentar suas intenções de voto.
Basta que Dilma perca mais alguns pontos e Marina suba de forma tímida.
É, apenas como expressão bem humorada e sem conotação machista, a tal briga entre mulher e mulher em que o homem nem precisa meter a colher.
Nesse quadro, o debate desta quinta-feira, transmitido pela Rede Globo, torna-se uma decisão de Campeonato Brasileiro para Dilma, um palco especial para Marina um camarote privilegiado para Serra, que pode ganhar de presente um passaporte para o 2º. turno.
Nessa onda verde, o surfista pode ser um tucano.
Em tempo: como o DataFolha parece ter feito uma “correção de rumo” em sua ultima pesquisa, as chances do 2º. turno diminuíram. Mas, é de bom alvitre ficam alerta às manchetes nesse pouco tempo que resta para o pleito de domingo.
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