sexta-feira, 16 de julho de 2010

Criancinhas ao molho pardo


Faltando pouco mais de dois meses para as eleições que vão definir o sucessor (ou a sucessora) de Lula, numa disputa que se apresenta como das mais acirradas, o terrorismo midiático dá sinais de que atingirá tons mercuriais.

O alvo, obviamente, é a candidata do PT, Dilma Roussef que, escudada na estratosférica popularidade do presidente Lula, teve a “petulância” de ameaçar a eleição do tucano José Serra, indiscutivelmente o predileto dos grandes grupos de mídia do país.

Como atacar Lula decididamente não funciona, parte-se para a desconstrução de Dilma, utilizando seu passado de guerrilheira, como se combater uma ditadura feroz e sanguinária com as armas disponíveis fosse um pecado e não uma virtude.

A Dilma equibrada, coordenadora do PAC e que tenta ser até mais simpática do que efetivamente é vai sendo transformada (pelo menos essa é a intenção) na Dilma terrorista, que deixará seu governo nas mãos dos radicais do PT.

Isso mesmo, os radicais do PT!

Espécie em extinção (os poucos exemplares foram domesticados por Lula com generosos cargos no governo) os radicais do PT vez por outra aparecem como um fantasma aterrorizante.

Foi assim com Lula e está sendo assim com Dilma, agora com o diferencial de que, enquanto Lula surgiu do meio sindical, Dilma participou da luta armada. E bota os radicais para tentar assustar.

Com seus tentáculos e seus dentes afiados, os radicais do PT ressurgiram essa semana na capa da principal e mais reacionária revista semanal do país.

Deles, se disse que vão tutelar Dilma, legalizar o aborto, taxar as grandes fortunas, incentivar a invasão de terras, censurar a imprensa e implantar um regime totalitário, entre outras ameaças.

Como se um grupinho cujos arroubos revolucionários devem ser relegados à categoria “folclore” fosse dominar um partido há muito marcado pela moderação e, Lula com suas alianças nada ortodoxas que o diga!, pelo pragmatismo.

Mas, com os indicadores econômicos cada vez mais positivos, os programas de inclusão social que tiram milhões de brasileiros da pobreza, os avanços na educação e a melhoria da infra-estrutura, que fazem do Brasil um país bem melhor do que há oito anos; o jeito é recrutar fantasmas, mesmo aqueles que na prática não ameaçam ninguém.

Faltou dizer (se é que ainda não será dito) que com a vitória de Dilma os radicais do PT vão adotar uma dieta à base de suculentas criancinhas.

Peraí, mas comer criancinhas não é coisa de comunista?

Petista, comunista é “tudo a mesma raça, que precisa ser exterminada”, como diria o senador Jorge Bornhausen, do DEM, oráculo de grande parcela da nossa gloriosa imprensa.

A imparcialidade já foi perdida faz tempo. E está se perdendo até o senso de ridículo.

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