quarta-feira, 26 de maio de 2010

Chacina!!!


Hugo Soares da Silva, 45 anos; Lucas Santos Oliveira, 19 anos; Mateus Santos de Jesus, 18 anos; e Afonso Santos Pereira, de 16 anos.

Um barraco no paupérrimo bairro do Gogó da Ema, periferia de Itabuna, madrugada de domingo, 23 de março.

O silêncio da noite é interrompido por uma série interminável de tiros. Os vizinhos, acostumados à explosão de violência, não se atrevem a deixar suas casas para ver o que está acontecendo. Preferem proteger as próprias vidas.

E, providencialmente, não ver nada.

Quando o dia amanhece, Hugo, Lucas, Mateus e Afonso estão mortos.

Vítima de uma chacina comum no Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo Salvador, mas que quando chegam a uma cidade de porte médio como Itabuna sinalizam a que ponto chegou o nível de violência, com os assassinatos contados às centenas e os roubos, assaltos e agressões contados aos milhares.

O crime teria sido executado por sete homens, vestidos de preto e armados com pistolas e escopetas. A ação foi rápida e os assassinos não deram qualquer chance de defesa às vítimas.

Brutalidade em estado puro.

A polícia, que ainda não tem pistas dos autores da chacina, apurou que Hugo, Lucas, Mateus e Afonso tinham envolvimento com o tráfico e/ou consumo de drogas e que o barraco onde foram fuzilados era um conhecido ponto de venda de entorpecentes.

(Conhecido dos consumidores, bem entendido, porque para parte da polícia esses locais parecem ter o dom da invisibilidade).

O fato dos quatro estarem envolvidos com o submundo da marginalidade, entretanto, não muda o ponto principal da questão: a absurda explosão de violência que assola Itabuna.

Esse é o xis do problema (e que problema!): as chacinas são o ponto máximo, o clímax da violência. Quando ele começa a ocorrer, é sinal de que todos os limites já foram superados e a situação se tornou intolerável, insustentável.

Dizer que é preciso fazer alguma coisa é atirar a esmo, perdão, chover no molhado, de tanto que se tem dito, pedido, implorado, chamado a atenção para uma situação que não dá para ignorar nem postergada.

Definitivamente, chega!

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