terça-feira, 25 de maio de 2010

Céu estrelado, tucano ressabiado


A pesquisa DataFolha sobre a sucessão presidencial, publicada no final de semana, confirma aquilo que o Vox Populi e o Sensus já indicavam: Dilma Roussef e José Serra vão disputar uma eleição acirradíssima, sem qualquer favoritismo para um ou outro candidato.
De acordo com o DataFolha, Dilma Roussef teve um crescimento de sete pontos porcentuais e empatou com o pré-candidato do PSDB, José Serra, que caiu cinco pontos percentuais. O dois candidatos somam 37% cada. Dilma saiu de 30% para 37% e Serra saiu de 42% caindo para 37%, comparando-se com a ultima pesquisa do mesmo instituto.
Outro dado relevante é que na pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Dilma lidera com 19%. Ela subiu seis pontos em relação a pesquisa anterior, apresentando uma diferença de cinco pontos porcentuais em relação a Serra que tem 14%.
Se nas pesquisas anteriores Dilma subia de forma lenta, mas consistente e Serra permanecia estagnado nos mesmos patamares, desta vez a pré-candidata do PT dá um salto significativo, ao passo que o pré-candidato tucano despenca na mesma proporção, tanto que num eventual segundo turno ambos também aparecem empatados tecnicamente, com Dilma um ponto à frente.
Pesquisa eleitoral é apenas o retrato de um momento e também o indicativo de uma tendência.
E o retrato do momento, a tendência é que Dilma Roussef pode sim passar José Serra e ganhar a eleição.
Estamos aqui falando de tendência e não de fato consumado, porque se assim fosse, bastava definir o vencedor através da pesquisa, dispensando-se a eleição.
Mas o fato inquestionável -e não adianta brigar com números- é que a candidata escolhida por Lula para sucedê-lo, tem todas as condições de se tornar a primeira mulher a assumir a presidência da república no Brasil.
E Lula, do alto dos 76% de aprovação popular, registrados pelo próprio DataFolha, é um “cabo eleitoral” de peso, capaz de definir a eleição em favor de Dilma Roussef, mesmo diante de um candidato com a experiência e a envergadura de José Serra.
A pesquisa DataFolha, que nada tem de definitiva, de qualquer maneira dá um novo impulso à candidatura de Dilma Roussef, especialmente no ânimo da militância petista e na composição das alianças com outros partidos, alguns deles fisiologistas até a alma, esperando para saber de que lado o vento bate para decidir em qual canoa vão embarcar.
E acende uma luz amarela na candidatura de José Serra, sepultando de vez a tese (se é que ela um dia existiu) do passeio eleitoral, para se configurar com uma batalha que só será decidida na reta final da campanha.

A pré-campanha dá uma pausa para a Copa do Mundo, quando as atenções se voltam para o desempenho do Brasil, mas quando a bola parar de rolar nos gramados da África do Sul, o jogo eleitoral vai esquentar de vez.
Com a estrela lutando para voar mais alto e o tucano brigando para não ser abatido em pleno vôo.

Nenhum comentário: