segunda-feira, 12 de abril de 2010

Volta de apresentação



José Serra deixou o Governo de São Paulo.

Dilma Roussef deixou a Casa Civil do Governo Federal.

Embora ainda não sejam, oficialmente, candidatos à presidência da república, até as pedras que rolam encostas abaixo em cidades mal planejadas sabem que ambos são pretendentes a ocupar a cadeira do presidente Lula no Palácio do Planalto a partir de janeiro de 2011.

Nessa corrida que só termina em outubro e cuja largada será dada após as convenções partidárias que sacramentarão os nomes dos candidatos, eles estão na chamada volta de apresentação.

Desincompatibilizados de seus cargos, Serra e Dilma já estão liberados para alardear publicamente suas pretensões, embora tanto um como outro venham sendo acusados de fazê-lo enquanto estavam no Governo Paulista e no Planalto.

No Brasil, a impressão que se tem é que nossos políticos sempre estão em campanha.

O fato é que a partir de agora, José Serra e Dilma Roussef vão intensificar a exposição junto ao eleitorado, cada qual tentando mostrar que é o mais indicado para suceder Lula.

Serra com a missão de mostrar que pode melhorar o que Lula tem feito a partir de sua experiência em cargos públicos, já que falar em mudança pode significar um erro fatal, diante da aprovação popular do atual presidente.

Dilma, menos conhecida do eleitorado, tentará mostrar que se o país e a vida das pessoas melhoraram como a população avalia, nada melhor do que elegê-la, ungida que foi pelo presidente Lula para sucedê-lo. Ou seja, não há necessidade de mudar.

Serra já esteve bem na frente de Dilma, mas a ministra, que em principio parecia fadada à derrota, ganhou musculatura e nesse momento a distância entre eles é, digamos, visual.

O tucano já vê a petista pelo retrovisor e, quando a corrida começar para valer, o risco de ultrapassagem não deve ser descartado, principalmente se Lula conseguir transferir para Dilma parte de sua imensa popularidade, um combustível nada desprezível de votos.

Trata-se de uma corrida sui generis em que o principal piloto estará fora das pistas, por absoluta falta de possibilidades legais disputá-la, e que a depender da sua capacidade de “empurrar” seu representante no carro poderá levá-lo (levá-la) ao ponto mais alto do pódio.

Mas, antes disso, haverá muitas curvas, derrapagens, batidas e, porque não?, ultrapassagens, antes que o vencedor receba a bandeirada final e a faixa presidencial.

É a rima dos sonhos de Serra, Dilma e até dos “barrichelos” que entrarão na pista só para competir e mais nada.

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