sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Atenção guerreiros: o cervejão nem sempre desce redondo
O carnaval este chegando -no caso da Bahia já chegou- e a propaganda principalmente na televisão incentiva o consumo de um produto que está diretamente associado à folia: a cerveja.
Assim como cerveja e verão parecem indissociáveis, cerveja e carnaval são irmãos siameses.
O sujeito pensa em carnaval e vem à mente a folia mais popular do país e uma cerveja estupidamente gelada. Melhor, várias cervejas estupidamente gelada.
O marketing, óbvio, aproveita e superdimensiona essa relação entre carnaval e cerveja.
Aí, é só ligar a televisão que nos intervalos do futebol, da novela, do filme, do telejornal e do intragável Big Brother lá estão os comerciais de cerveja, cada uma se apresentando mais apetecível do que a outra.
Uma cerveja se arvora de símbolo dos guerreiros, os batalhadores que dão um duro na vida e merecem como prêmio a tal cerveja. No carnaval, então, os guerreiros dão uma pausa e caem na folia. Tomando muita cerveja, obviamente.
Outra espalha aos quatro ventos que desce redondo e até fantasia os foliões com suas latas. Sem ela, o carnaval fica quadrado, seja lá o que isso significa.
Aí, vem a terceira marca e não se contenta em ser apenas uma cerveja. Se anuncia como cervejão, assim mesmo no aumentativo. Para isso, usa até uma cantora que tem um corpão e um vozeirão para que o folião não abra mão do cervejão.
A rima, como se denota, é pobre e ruim de doer, mas quem está preocupado com isso, quando o negócio é vender cerveja?
Entre guerreiros, redondos e cervejões, o folião elava o consumo às alturas, faz a sua festa e a festa dos fabricantes.
Até ai, nada demais.
Carnaval e cerveja fazem mesmo uma tabelinha tipo Pelé e Coutinho e não há nada demais em tomar uma cervejinha, ops, um cervejão.
A questão é que se carnaval e cerveja combinam entre si, ambos não combinam com direção de veículos, sejam eles caminhões, ônibus, carro ou motos.
É aqui que se quer chegar. Para evitar que a alegria da folia se transforme nas cinzas da tristeza pede-se encarecidamente a quem vai dirigir que evite o consumo de bebidas alcoólicas, a velha e boa cerveja inclusive.
Portanto, senhores guerreiros, no volante, o cervejão não desce redondo. Nunca.
No mais, é desejar que o carnaval seja isso mesmo: alegria e celebração com os amigos.
Sejam eles guerreiros, adeptos do cervejão ou daquela que desce redondo.
Ou, como este que ora vos escreve, de uma legítima cachacinha de alambique.
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