terça-feira, 24 de novembro de 2009

BOLA DE CRISTAL


Penúltima rodada do Campeonato Brasileiro.

Bola de cristal à mão: em Goiânia, o São Paulo perde do Goiás; em Campinas, o Flamengo empata com o Corinthians; em Recife, o Internacional ganha do Sport; e em São Paulo, o Palmeiras ganha do Atlético Mineiro.

Nenhum dos resultados chegaria a ser assim tão surpreendente ainda majs num campeonato marcado por altos e baixos.

Com essas quatro combinações, São Paulo, Flamengo, Palmeiras e Inter chegariam à última rodada com 62 pontos ganhos.

Os quatro brigando por um título que pode mudar de mãos num detalhe.

Querem mais emoção do que isso?

E ainda há quem condene a fórmula dos pontos corridos, dizendo que falta justamente emoção.

Ou, para não deixar muito explícito, que no final o São Paulo sempre fica com o título, o que não deixa de ter lá o seu fundo de verdade.

Mas, nessa sua versão 2009, independente de quem levante a taça daqui a duas semanas, sobra emoção para várias torcidas, inclusive as daqueles times que ficaram pelo meio do caminho, como Atlético e Cruzeiro, que talvez pela inexistência de mar em Minas, morreram antes de chegarem à praia.

Dos quatro que disputam o título, o único que depende apenas das próprias forças é o São Paulo, que será campeão se fizer o dever de casa e vencer o Goiás e o Sport. A derrota para o Botafogo entra na cota da gordura que ainda tinha para queimar. Acabou.

O Flamengo, time da mais impressionante reação do Brasileiro (sem contar o Fluminense, mas este luta para não cair para a série B), teve a faca, o queijo, a boca e sua formidável torcida para virar a semana na liderança, mas ficou no 0x0 diante de um Maracanã lotado, que foi da euforia à decepção.

O Inter é o time que vai do céu ao inferno de uma rodada a outra. Quando parece que vai embalar, perde feio; quando dá impressão de estar morto, ressurge. Numa dessas, o título lhe cai no colo.

O Palmeiras foi o time que, umas oito rodadas atrás, tinha o título nas mãos e deixou escorregar. Era a taça mais fácil de sua vida, que agora só vem por um milagre, coisa que no futebol não é tão raro assim. Mas, dos quatro postulantes, é o que anda com os nervos em frangalhos, o que pesa numa reta final.

A emoção rodada a rodada, a oscilação freqüente no grupo dos que freqüentam as primeiras colocações e a luta de sangue pelo rebaixamento mostram o acerto do sistema de pontos corridos, onde ganha o título o time de maior regularidade.

Ah, a próxima roda também pode definir o São Paulo como hepta/tetra campeão brasileiro, desde que o tricolor ganhe e os demais rivais não vençam.

Difícil, mas se ocorrer, o problema não está necessariamente na fórmula, mas na incapacidade dos rivais em disputar um campeonato longo e que exige elenco e planejamento.

Aí, é mandar o São Paulo, com sua frieza de boxeador letal, disputar o Campeonato Alemão.

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