sexta-feira, 11 de setembro de 2009

TEMPO, TEMPO, TEMPO


No mesmo dia em que os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram devastados por fortes temporais, incluindo os temíveis tornados, e São Paulo, a maior metrópole brasileira virou um inferno por conta das chuvas torrenciais; fenômenos idênticos se repetiram em várias partes do planeta.

Na Argentina, no México, nos Estados Unidos, na Turquia e no Cambodja, lá nos confins da Ásia, as chuvas torrenciais trouxeram destruição e mortes em larga escala.

Será apenas coincidência que isso tenha acontecido num único dia, em praticamente todos os continentes?

A resposta, muito provavelmente, é: não!

O clima parece ter enlouquecido.

Talvez seja injusto atribuir a loucura à Mãe Natureza. Mais justo é atribuir a loucura ao homem, esse predador de si mesmo, em sua sanha destruidora e sua completa falta de compromisso com o meio-ambiente.

A natureza apenas está reagindo a séculos de agressão, que se agravaram nas últimas décadas, com a destruição das matas, a poluição do ar, o assoreamento dos rios.

Nesse sentido, a imagem do Rio Tietê, que corta a Grande São Paulo, com seu leito transbordando lixos e esgotos é emblemática.

Em vez de peixes e de vida, montanhas de lixo e dejetos. Um rio morto, em nome do progresso, que pode até gerar riquezas, mas nem sempre gera bem estar.

Saímos do Rio Tietê e vamos para a Amazônia, o chamado pulmão do mundo, onde a destruição atinge níveis alarmantes. Árvores são derrubadas às milhares e o que era mata se transforma em pastagem.

Explora-se o planeta de maneira suicida, como se os recursos naturais fossem inesgotáveis. Como se não houvesse gerações futuras, que necessitarão desses mesmos recursos para sobreviver.

Exaurida, a natureza reage, com essas mudanças abruptas de clima.

Furacões, tufões, ciclones, tornados, tempestades tropicais, terremotos, maremotos e tsunamis. Não são apenas fenômenos naturais como alguns querem fazer crer.

É uma relação de causa e efeito.

O homem agride, a natureza responde.

Pode nem ser necessariamente uma resposta violenta a tanta exploração, mas sim um pedido de socorro.

Como se a natureza estivesse dando um sinal de alerta.

Um aviso de que é preciso repensar o planeta enquanto ainda é tempo.

Por que, se a destruição continuar nesse ritmo, não é preciso ser meteorologista para prever tempo sujeito a chuvas e trovoadas.

No sentido literal e no sentido figurado.

Nenhum comentário: