terça-feira, 22 de setembro de 2009

MEU CARRO ERA VERMELHO



Um veículo Gol de cor vermelha, totalmente destruído, chama a atenção de quem passa pela praça Olinto Leone, no coração de Itabuna.

Naquele monte de ferro retorcido, está a história de uma vida.

Ou melhor, a história de uma morte.

Mais uma entre milhares de mortes nessa guerra sangrenta em que se transformou o trânsito brasileiro, sem contar os incontáveis feridos, alguns deles condenados a viver numa cadeira de rodas ou numa cama pelo resto de seus dias.

O que restou do carro vermelho está sendo exibido como parte da programação da Semana Nacional do Trânsito, uma bela iniciativa que envolve a prefeitura e outras instituições.

É certamente a demonstração mais cruel do que a imprudência, essa praga que parece fazer parte do código genético dos nossos motoristas, pode provocar.

Mais do que as condições das estradas ou eventuais falhas mecânicas, é a imprudência, que beira a irresponsabilidade, a responsável direta pela esmagadora maioria das mortes no trânsito.

Excesso de velocidade, ultrapassagens arriscadas, consumo de bebida alcoólica e desconhecimento (ou desobediência) das leis de trânsito, formam os componentes que deságuam nas estatísticas estarrecedoras.

E aí estão as mortes diárias, brutais, ceifando vidas e provocando a dor em familiares e amigos.

Os veículos, que deveriam servir para facilitar a locomoção e gerar conforto, acabam se transformando em verdadeiras máquinas de matar.

Daí a necessidade não apenas de punição, que deve ser feita com rigor para enquadrar assassinos em potencial travestidos de motoristas, mas principalmente de educação no trânsito.

È preciso orientar desde a infância, sobre a necessidade de obedecer as leis de trânsito, dirigir com responsabilidade, respeitar os pedestres.

Educar para, justamente, não precisar exibir veículos transformados em destroços. Para formar uma geração de motoristas responsáveis, que zelem não apenas pela própria segurança, mas também pela segurança dos outros, tantas são as vítimas inocentes da imprudência.

A Semana Nacional do Trânsito inclui ainda outras ações de cidadania, mas é basicamente um alerta para a necessidade de mudança de postura, um chamamento à responsabilidade, ao bom senso.

Uma reflexão.

Não é justo que tantas vidas sejam ceifadas, que tanta gente sofra por algo que pode ser evitado.

Não é justo que esposas esperem maridos, maridos esperem esposas, filhos esperem pais, pais esperem filhos e amigos esperem amigos sem saber se eles sobreviverão a essa absurda guerra cotidiana do trânsito.

Não é justo que carros vermelhos, amarelos, azuis, brancos, pretos, etc. sejam transformados em montes de ferro velho, levando junto o mais precioso dos bens: a vida.

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