quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Quando a melhor arma é o diálogo



O governador Jaques Wagner está coberto de razão ao condenar, com veemência, o movimento encetado por alguns setores da Polícia Militar, que a pretexto de exigir melhorias salariais e condições adequadas de trabalho, promovem uma espécie de “greve branca”, felizmente sem a adesão total da categoria.

O movimento, embora calcado numa causa justa, é inoportuno, visto que em momento algum o Governo da Bahia se negou a estabelecer um canal de negociação com os policiais militares, promovendo avanços dentro das possibilidades do Estado, tanto na questão salarial como no aumento do efetivo com novas contratações de PMs, a aquisição de viaturas e armamentos e a modernização da estrutura policial.

Não é demais lembrar que, ao assumir o cargo em janeiro de 2007, Wagner encontrou um sistema de segurança público complemente sucateado por quase duas décadas de descaso.

Trata-se de uma área complexa, cujos problemas estruturais não se resolvem num passe de mágica.
Mas é inegável que o Governo da Bahia vem atuando no sentido de dar aos policiais civis e militares um salário digno e melhores condições de trabalho. Afinal, trata-se de uma categoria que arrisca a vida diariamente para garantir a segurança da população.

É inegável também que, ao contrário de governos anteriores, as portas sempre estiveram abertas para o diálogo, sem a necessidade de radicalizar a questão, porque nesse caso o prejudicado não é o governador, mas sim o povo da Bahia.

A Polícia Militar tem responsabilidades das quais não se deve abrir mão, sob pena de se instalar um clima de baderna, um filme que já se viu em 2001, quando uma paralisação ganhou proporções gigantescas e instaurou o caos em todo o estado, com a explosão da violência. Salvador, por exemplo, conviveu com arrastões e no interior as pessoas ficaram trancadas em casa.

Foram dias de terror, medo e insegurança que não podem nem devem ser repetidos. Na época, à posição radical dos policiais, somou-se a intransigência do governo estadual, que eliminou qualquer possibilidade de acordo, pouco se importando para as gravíssimas conseqüências do movimento.

Vale lembrar ainda que, sob o manto das reivindicações, há um mal disfarçado interesse político em desestabilizar o governo, num momento em que a disputa eleitoral, embora distante, passa por momentos efervescentes em função do surgimento de um novo cenário no horizonte.

Óbvio que, num momento desses, em que pese a existência dos bombeiros do bom senso, não faltam os incendiários da insensatez e, porque não, da irresponsabilidade.

E bom senso é justamente o que deve imperar, buscando o entendimento entre o Governo do Estado e os policiais militares, de forma que se possa garantir a presença efetiva da polícia em todos os municípios baianos.

O momento é de serenar os ânimos e utilizar a melhor das armas, que atende pelo singelo e providencial nome de diálogo.

Arma mais eficiente não existe, visto que não fere nem mata, ao contrário, estabelece a paz e a convivência democrática e respeitosa.

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