quarta-feira, 8 de julho de 2009

SAI O MOSQUITO, ENTRA O PORCO


Depois de alastrar-se por todo o estado, transformar-se em epidemia e fazer de Itabuna a nada honrosa campeã nacional de casos de dengue, a doença finalmente dá sinais de que entra em curva descendente na Bahia.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que na ultima semana de junho ocorreram 320 notificações da doença, contra uma média semanal superior a 5 mil casos em abril.

Em Itabuna, a inflexão na epidemia de dengue pode ser sentida na prática. Hospitais e unidades de pronto atendimento que até o mês de maio viviam superlotados, hoje recebem poucos pacientes com sintomas da doença.

No caso específico de Itabuna, a explosão da dengue ocorreu pela completa ausência de prevenção em anos anteriores, o que criou o campo fértil para a proliferação do mosquito transmissor da doença, que fez mais de uma dezena de vítimas fatais, incluindo crianças.

Uma completa irresponsabilidade, embora muito provavelmente (ou melhor, com certeza) ninguém vá pagar por isso. Nem pelos milhares de casos e nem pelas mortes que poderiam ter sido evitadas.

Na ausência de prevenção, o Governo do Estado, com a valiosa colaboração da Prefeitura de Itabuna, teve que realizar um trabalho que priorizou o atendimento aos pacientes. Para isso, foram liberados recursos e equipamentos, além da reabertura do Hospital São Lucas, especialmente para tratar dos casos de dengue.

Uma verdadeira operação de guerra, numa batalha sem tréguas contra uma doença traiçoeira.

Venceu-se uma batalha importante, o número de casos reduziu-se drasticamente e não tivemos mais vítimas fatais.

Mas, essa é uma guerra a ser travada sem tréguas. É preciso que o poder público mantenha e intensifique as ações de prevenção e que a população faça a sua parte, evitando manter em suas residências, empresas e estabelecimentos comerciais produtos e/ou espaços que permitam a formação de focos do aedes aegypt.

Tudo isso vai permitir que em 2010 não sejam despendidos tantos esforços e recursos no tratamento, quando o foco deve ser sempre na prevenção.

Controlado o mosquito, eis que agora nos deparamos com o porco, embora ao contrário do mosquito, o porco propriamente dito nada tenha a ver com isso.

A Bahia, como era de se esperar, entrou na rota da chamada gripe suína, a Influenza A H1N1. O Ministério da Saúde confirmou oito casos da doença, um deles em Porto Seguro, segundo maior pólo turístico do Estado e que atrai milhares de estrangeiros, entre eles um imenso fluxo da Argentina, país onde o numero de casos pode ser contado aos milhares.

No caso da gripe suína, onde nem a vacina foi criada ainda, a única maneira é a prevenção e, se há um consolo, embora o número de casos não pare de aumentar, seu efeito devastador vem perdendo impacto.

O número de mortes provocadas pela gripe surgida no México e que se espalhou pelo planeta são idênticos à gripe tradicional.
Assim como o verão amplia o risco de dengue, o inverno aumenta a incidência de gripe, a suína incluída.

Como se dizia antigamente, prevenção e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

No caso da dengue e da gripe, bem mais a prevenção do que o caldo de galinha, já que esse é um ditado dos tempos em que a galinácea não tomava conta do galinheiro.

Nem os ratos tomavam conta de outras coisas.

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