quinta-feira, 23 de julho de 2009

NO MUNDO DA LUA



O mundo celebra esta semana os quarenta anos de sua maior epopéia em todos os tempos, aquela em que, numa frase de efeito perpetrada para ficar gravada na memória, Neil Armstrong definiu como “um pequeno passo para o homem, um grande passo para a Humanidade”.

Há quatro décadas, quando a Apolo 11 realizou com êxito uma missão cercada de riscos e incertezas, o homem punha pela primeira vez os pés na Lua.

O que pouco se divulga é que a chegada do homem à Lua foi fruto menos do interesse científico e mais de uma disputa pela hegemonia do planeta, em plena Guerra Fria envolvendo Estados Unidos e União Soviética. A corrida espacial, espécie de Fórmula 1 do Cosmo, era a jóia da coroa dessa competição entre as duas super-potencias.

Capitalismo x Comunismo.

Os soviéticos haviam colocado o primeiro satélite, o Sputinik; o primeiro cão, a cadela Laika; e o primeiro homem, Yuri Gagarin, no espaço sideral.

Feito aquelas disputas entre Ilhéus x Itabuna, em que se a primeira tinha um aeroporto a segunda também deveria ter (e só não tem porto porque um candidato que prometeu uma praia -e consequentemente um mar- para Itabuna não foi eleito); os americanos acharam que só havia um jeito de dar uma lição nos “tovariks”: mandar um homem à Lua.

Promessa cumprida em julho de 1969, embora muita gente (menos os soviéticos, por incrível que pareça) acredite até hoje que tudo não passou de uma farsa. Para esses, a Lua continua sendo uma imensa bola de queijo ou a casa de São Jorge, em sua eterna luta contra um dragão soltando imensas labaredas de fogo.

O capitalismo derrotou o comunismo, modelo baseado na igualdade e justiça social, que por obra e graça de um ditador sanguinário chamado Josef Stalian transformou-se num regime totalitário e opressor; e os norte-americanos fizeram mais alguns passeios à Lua, mas o salto ficou reduzido ao primeiro passo.

O que naquele final dos conturbados anos 60 parecia um caminho natural, chegar a outros planetas do Sistema Solar, avançar pela Via Láctea e atingir a outras galáxias em naves tripuladas, não passou da categoria sonho.

A tecnologia atual torna arriscadas para o homem até viagens a planetas vizinhos como Venus e Marte. Uma viagem a Júpiter, o maior dos planetas, levaria dez anos.
Chegar à estrela mais próxima fora do Sistema Solar, Centauri, duraria 73 mil anos.

Não seria o caso, portanto, de se olhar menos para o alto e um pouco mais para os lados?

Afinal, o mesmo homem que conseguiu chegar à Lua, não consegue reduzir a astronômica desigualdade entre seus iguais, nem evitar a devastação desenfreada do planeta que é e ainda será por muito tempo sua única casa habitável.

O grande salto para a humanidade talvez seja tornar o planeta Terra mais habitável e reduzir a distância que separa os poucos ricos dos muitos pobres.

Parece sonho de quem vive no mundo da Lua, mas será real se todos fizerem a sua parte.

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