quarta-feira, 22 de julho de 2009

DESCULPE, FOI ENGANO


Entre assaltos, arrombamentos, roubos de veículos e assassinatos aos montes, faltava uma chacina para inserir definitivamente e de forma trágica Itabuna como uma das cidades mais violentas do país, nivelando-se as grandes metrópoles naquilo que elas tem de pior e de mais desumano.

Não falta mais.

No ultimo final de semana a paupérrima Baixa Fria, no igualmente paupérrimo bairro Maria Pinheiro, foi palco de uma chacina que provocou três mortes e ainda deixou uma pessoa ferida.

Anderson de Jesus, 17 anos; Danilo Silva, 20 anos; e Valdeir Oliveira, 25 anos, foram assassinados friamente em meio a um tiroteio infernal, após a invasão do barraco onde moravam por dois homens que nem se deram ao trabalho de esconder os rostos.

Cleidiane Rocha Silva, de 20 anos, sobreviveu para contar a história.

E adicionou um toque de ironia a essa história, como se pudesse haver alguma ironia numa chacina em que três pessoas são barbaramente assassinadas.

Anderson, Danilo e Valdeir, que não tinha passagens pela polícia, foram mortos por engano. A casa em que moravam era, até uma semana atrás, ocupada por traficantes, que entregaram o imóvel e de mudaram para outro lugar, onde certamente continuam a exercer sua rentável -e quase sempre impune- atividade.

Os assassinos, que certamente tinham o traficante como alvo, não foram avisados da mudança de endereço. Como de praxe, chegaram atirando e acabaram matando três pessoas.

Por engano!

Por engano ou sem engano, outras três pessoas foram assassinadas em Itabuna em mais um daqueles finais de semana sangrentos, que estão se tornando rotineiros em Itabuna.
Luzimário da Silva Nascimento foi morto no bairro de Ferradas, Genivaldo Lima dos Santos no Pedro Jerônimo e Nailton Guilherme Filho na Bananeira.

Seis mortes num final de semana, a chacina aí incluída.

Em Ilhéus, que se rivaliza com Itabuna até nessa insuportável escalada de violência, foram três homicídios.

É muita gente morrendo nesse mar de sangue e dor em que as duas maiores cidades do Sul da Bahia se transformou.

Enquanto isso, fazem-se pactos pela paz, proferem-se discursos anti-violência, prega-se a união de esforços para reduzir a criminalidade.

Tudo muito bonito, bem intencionado.

Mas absolutamente ineficaz enquanto não se passar da intenção à ação.

E ação é justamente o que está faltando, nessa guerra em que não dá para enfrentar o “ra-tá-tá” dos tiros com o “blá-blá-blá” dos discursos inúteis e repetitivos.

Por que, a violência, repetitiva e cada vez maior, já passou de todos os limites.

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