sexta-feira, 15 de maio de 2009
TERRA DE NINGUÉM
Beira a obscenidade o nível de violência que atinge Itabuna, fruto da completa falta de segurança que transforma todos os cidadãos em reféns, vítimas potenciais da bandidagem.
Somente no ultimo final de semana, quatro pessoas foram assassinadas no município, em locais abertos, como se os assassinos soubessem que não corriam o risco de serem presos. Não foram mesmo.
Homicídios são a parte mais visível -e sangrenta- dessa onda de violência que já foi cíclica e agora parece permanente. Mata-se por qualquer motivo e com cada vez mais freqüência.
Mas a onda de violência não se limita às mortes seriais, ao contrário.
Assaltos, arrombamentos e roubos de veículos acontecem aos borbotões em Itabuna.
No centro da cidade, mesmo com o monitoramento eletrônico, os comerciantes vivem às voltas com os marginais, que cometem assaltos em qualquer horário, sempre contando com a proverbial ausência de policiais por perto. Os ´motobandidos´ se tornaram uma praga tão disseminada que parecem integrados à paisagem urbana, como antigamente o eram a Igreja Matriz, a agência do Banco do Brasil e a filial das Lojas Pernambucanas.
Se no centro a situação é crítica, nos bairros imperam as leis do terror e do silêncio. O medo da violência facilita ainda mais a ação dos marginais, porque ninguém vê nada, mesmo quando vê.
Arrombamentos de residências estampam diariamente as páginas dos jornais, assim como os assaltos, em que o alvo preferencial são os telefones celulares, geralmente trocados por drogas.
A violência às vezes gera situações que provocariam risos, houvesse motivos para achar graça.
Nos últimos dias, foram registrados dois casos de um suposto taxi-lotação, atuando nos bairros. O suposto motorista de táxi, com dois supostos passageiros, aborda uma pessoa no ponto de ônibus, pergunta aonde ela vai e oferece a corrida pelo preço de passagem do coletivo.
O sujeito aceita de bom grado, sem saber que o motorista e os passageiros são na verdade ladrões. Quando descobre, já perdeu o celular e o que tinha no bolso. Era um assalto.
Como se vê, nesses tempos bicudos, tudo na vida é passageiro. Menos o motorista, o cobrador e os bandidos.
Cobrar uma ação mais efetiva na área de segurança pública é uma questão recorrente, tanto que já se pediu e se pede. Mas, nada ou muito pouco tem sido feito para coibir a criminalidade.
Não é uma questão meramente de Itabuna, é bom que se diga. A violência é um problema nacional.
Entretanto, aqui é a nossa casa e é aqui que a gente sente o problema de perto.
É aqui que a gente vive. Ou sobrevive, para ser mais exato.
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A situação do Departamento de Polícia Técnica em Itabuna, em que a espera por um laudo chega há quatro meses, pode ser definida numa só palavra: vergonha!
Não é nada, não é nada, tem tudo a ver.
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