Pois é, eu, o fotográfo Sabino Primitivo e Manuel Leal nos deslocamos para Ilhéus para protestar e fazer a matéria sobre o primeiro carregamento de cacau da África a ser desembarcado nestas terras amadianas.
Era um sábado importante, pois seria realizado naquele dia o I Passeio Alcoológico do Alto Beco do Fuxico, com destino à Baia de Camamu, viagem pioneira que perdi em nome do dever cumprido.
Lá chegando fomos barrados pelos guardas do porto, medida que foi afrouxada logo depois, devido a pedidos de amigos influentes e do pessoal da fiscalização da Ceplac, que atestou nossa lucidez, livre de periculosidade.
A bem da verdade, pouquíssimos produtores de cacau se preocuparam com a mobilização, haja vista parte deles ser clientes da ADM Joanes, que importou o cacau "para não parar a fábrica de Ilhéus". A Amurc, quem diria, foi a promotora do protesto, se transformando na porta-voz política da região.
Somente a partir das 16 horas, quando os fiscais da Ceplac garantirem que o cacau não seria descarregado, é que saímos de lá com uma fome medonha, resolvida pela turma do Los Pampas em tarde-noite providencial.
Esse movimento culminou com um pedido de desculpas do superientendente da Joanes, um holandês.
Enfim, tivemos nossos 15 segundos de fama, fazendo com que os gringos reconhecessem nossa força.
Tudo isso registrado em manchete de primeira página em A Região.
É um pouco da nossa história.
Walmir Rosário
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PS- Walmir é editor do Jornal Agora e em tempos idos, compartilhou comigo e com Luiz Conceição momentos inesquecíveis na "brava folha Manuelina", popularmente conhecida como jornal A Região. O texto acima é um adendo à postagem que fiz sobre a rotina em que se transformou a importação de cacau pelo Porto de Ilhéus.
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