sábado, 3 de maio de 2008

o cinegrafista e o pitú

Começo da TV Cabrália. 1988. Tempo em que as equipes de reportagem corriam atrás da notícia sem preocupação em economizar na gasolina ou na diária do repórter, do cinegrafista, do auxiliar e do motorista. Hoje, a equipe se limita ao repórter e ao cara que acumula as funções de motorista/cinegrafista/auxiliar. Não demora muito para se criar a “equipe de um só”.
Voltando à Cabrália. A equipe saiu para fazer uma matéria em Ubaitaba e aproveitou para fazer outra reportagem sobre a situação precária da rodovia Ubatã-Ipiaú. Duas boas reportagens, veiculadas nos telejornais da emissora.
Até aí, nada demais. Boas reportagens eram marca da Cabrália, uma espécie de pré-faculdade de comunicação no Sul da Bahia, tamanho o número de profissionais que formou. O problema foi a conta do almoço, que incluiu até pitú.
Nestor Amazonas, o mentor da TV Cabrália, hoje um dos mais completos profissionais de tevê do país, era um cara legal, mas não era dado a exageros, porque a emissora tinha dono e dono não costuma rasgar dinheiro. Quando foi questionar a despesa, o cinegrafista esperneou:
-Ô Nestor, qualé? Eu to acostumado a comer bem na minha casa!
Nestor encerrou o assunto:
-Vou almoçar hoje na sua casa. Se tiver pitú, a tevê paga essa conta. Se não tiver, você paga.
Desnecessário dizer quem teve o salário desfalcado no final do mês.

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