Sabrina Sato desiste de tirar pinta da testa
Hugo Chavez ganha óculos de repórter do CQC
George Takei, de “Jornada nas Estrelas” se casará com namorado
Oposição promete barrar recriação da CPMF no Senado
Nicole Kidman exibe barriga de grávida em evento
Sabrina Sato é uma das poucas sobreviventes do Big Brother Brasil que conseguiram ultrapassar os 15 minutos de fama e hoje desfruta de relativo brilhareco no programa Pânico na TV.
Hugo Chavez é presidente da Venezuela, uma espécie de Fidel Castro deitado num mar de petróleo, e o CQC é uma versão mais refinada do Pânico.
Para saber quem é o tal George Takei, é preciso recorrer ao Google, o infalível programa de buscas da internet.
Nicole Kidman é atriz, mas me perguntem um filme estrelado por ela e terei que, novamente, recorrer ao Google.
A CPMF é aquele imposto que tungava o bolso do contribuinte e que o Governo insiste em trazer de volta, mesmo que com outro nome.
A essa altura, meus escassos leitores (se é que os há) andam a se perguntar o que é que têm a ver Sabrina Sato, CQC, o namoro gay do tal Takei, a barriga de Nicole e a malfadada CPMF.
Nada e tudo.
Calma que eu explico.
As cinco notícias (notícias?) que abrem o texto, embora desconexas entre si, foram as mais lidas da manhã de terça feira, dia 20, no site do jornal Folha de São Paulo, espécie de bíblia da informação online.
Em meio a terremoto na China, eleição nos EUA, jogos decisivos na Copa do Brasil e na Copa Libertadores, CPI dos cartões corporativos com um inevitável dossiê no meio, etc., as pessoas parecem mais preocupadas com aquilo que nos tempos de antanho a gente chamava de baboseira.
Se bem que, nos tempos de antanho não havia essa coisa fenomenal chamada internet, em que a comunicação se dá em tempo real e a sociedade-espetáculo é levada ao extremo.
O planeta se transformou uma espécie de Big Brother em escala mundial, em que a barriguinha da Nicole e a pinta de Sabrina são consumidos avidamente, ao passo que temas que influem diretamente na vida das pessoas, como a CPMF, a alta dos alimentos e as mudanças malucas do clima, são relegadas a segundo plano.
Segundo? Décimo e olhe lá...
Não é de se estranhar que casos que efetivamente são notícia, como o assassinato da menina Isabella ou a confusão de Ronaldo com travestis num motelzinho mulambento, adquiram a dimensão de show, quando não descambam para o circo.
E nem se pode responsabilizar unicamente a mídia. Existe quem lê, vê e ouve. E existe em profusão, como comprova a relação das “mais lidas”.
É a “novelização” da vida real. Exalta-se a fofoca, o disse-me-disse, a futilidade.
Em tempo: Britney Spears foi surfar e levou um tombo, se espatifando na água.
Como é possível que tenha existido um mundo em que a gente passava a vida inteira sem receber informações de tamanha relevância?
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